Iniciativa busca reforçar a confiança do consumidor e valorizar a brasilidade da cachaça artesanal, com lançamento previsto para o início de 2026
A Associação Nacional da Cachaça de Alambique (Anpaq) anunciou a criação de um selo de origem e autenticidade destinado a garantir a procedência e a rastreabilidade das cachaças de alambique produzidas no Brasil. A iniciativa surge em meio à preocupação crescente com casos recentes de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas destiladas adulteradas no país.
O novo Selo Nacional da Cachaça de Alambique, atualmente em fase de elaboração, será lançado no início de 2026 e tem como propósito valorizar a qualidade, a brasilidade e a confiabilidade das cachaças artesanais.
De acordo com o presidente da Anpaq, Sérgio Maciel, o projeto é resultado de um movimento que já vinha sendo planejado pela entidade há anos, com o objetivo de fortalecer a identidade e a reputação da cachaça brasileira.
“Estamos diante de algo que a Anpaq já acompanha há muito tempo. Nossa missão sempre foi defender a produção de cachaças de origem, sofisticadas, que tragam história e brasilidade — e garantir que o consumidor reconheça essa qualidade na prateleira, em bares, restaurantes ou eventos. Agora, mais do que nunca, é hora de agir. Já estamos preparados para lançar um selo que dará ao consumidor a segurança de saber o que está comprando e, mais do que isso, conhecer a história e a origem de cada produto”, destaca Maciel.
O selo está sendo desenvolvido em parceria com o sistema Cachaça Gestor, que oferece tecnologia de autenticação e rastreabilidade por QR Code, permitindo ao consumidor acessar informações detalhadas sobre a origem, a região produtora e as características de cada cachaça.
“A tecnologia, já testada por alguns produtores, garante transparência e confiança, fortalecendo a relação entre quem produz e quem consome”, explica Luiz Salles, proprietário do Cachaça Gestor.
Expansão estratégica e reconhecimento internacional
A iniciativa conta com o apoio da 2DA Estratégia de Mercado, empresa responsável pela estruturação e implementação do projeto estratégico. Para o CEO da companhia, Daniel Guimarães, o selo representa um passo essencial para o posicionamento global da cachaça brasileira.
“O mercado internacional de bebidas é altamente competitivo, e o Brasil precisa se posicionar à altura da qualidade que já produz. Nosso papel, junto à Anpaq, é estruturar esse movimento com clareza estratégica, integrar os atores da cadeia e construir uma identidade forte e reconhecida mundialmente”, afirma.
A valorização do produtor artesanal
O projeto também representa uma conquista para os pequenos produtores, que veem no selo uma oportunidade de valorização do trabalho artesanal e familiar.
“Para nós, pequenos produtores, este selo é a certeza de que o nosso trabalho vai ser reconhecido e respeitado”, afirma Jean Henrique de Oliveira, da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (MG). “Produzimos com dedicação, tradição e tecnologia que garantem qualidade e sustentabilidade. Agora vamos poder mostrar tudo isso com mais segurança e orgulho ao consumidor.”
Apoio institucional e fortalecimento do setor
A proposta tem o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reconhece o caráter estratégico da medida para o setor.
“A CNA tem orgulho de apoiar esse projeto, que é essencial para o reposicionamento da cachaça de alambique no país”, declara João Martins, presidente da entidade. “A cachaça de alambique é símbolo da nossa cultura, da sustentabilidade e da geração de renda no campo. Esse selo nacional será um marco para garantir reconhecimento, segurança e valorização, tanto no Brasil quanto no exterior.”
Com o lançamento do selo, a Anpaq busca consolidar um padrão de qualidade e autenticidade que fortaleça a imagem da cachaça de alambique como um produto genuinamente brasileiro e competitivo no mercado internacional.