Ao mesmo tempo, suspeita-se que há falta de doses de vacinas suficientes para atender a imunização da faixa etária acima de 12 a 17 anos. O que não foi admitido pelo Ministério da Saúde. “Mãe não vacinem seus filhos”, apelou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o que coloca grande interrogação nas mentes de pais de adolescentes
A nota técnica do Ministério da Saúde que retirou os adolescentes sem comorbidades do plano nacional de imunização não traz qualquer justificativa para a decisão, informa O Antagonista
Segundo analistas, há falta de vacinas. E o retrocesso na ação com a freada só provocou confusão nas cabeças de pais, adolescentes e secretários de Saúde. Ele chegou a criticar estados que, segundo ele, utilizaram vacinas indevidamente. “Mães não vacinem seus filhos”, apelou ele, durante. Assim criou a desconfiança partindo de um ministro da Saúde. A vacina da Pfizer não tem contraindicação da OMS para o grupo de 12 anos.
Vale lembrar que os adolescentes são vetores, requerem mais atenção por conta aglomeração e mais suscetíveis a andar em grupos.
Além disso, o que ficou do discurso de Queiroga nesta quinta (16) é que a vacina para adolescentes acima de 12 anos é ineficaz, plantando dúvida. Interrompe a vacinação por falta de imunizantes suficientes.
Assinada pela secretária Rosana Leite de Melo na tarde de ontem (15), a nota foi assinada apenas 13 dias depois de o ministério incluir formalmente todos os adolescentes no PNI. Para infectologistas não há motivo para que se suspenda a imunização de adolescentes.
O ministério previa começar a vacinação de todos os adolescentes exatamente ontem, quando foi produzida a nova nota.
O texto da nota técnica nº 36, de 2 de setembro, foi deletado do site do Ministério da Saúde. Ela incluía todos os adolescentes:

A nota técnica nº 40, publicada ontem, excluiu os adolescentes sem comorbidades:

A nota técnica nº 40 não faz nenhuma referência à nota 36. Nenhuma das justificativas anunciadas hoje por Marcelo Queiroga consta do texto.
O texto da nota nº 40 é quase idêntico ao da 36. O parágrafo sobre “alertas para ocorrência de eventuais eventos adversos e erros de imunização” é exatamente igual. E não há qualquer referência a estados e municípios terem antecipado a vacinação de adolescentes antes do dia 15.
O pesquisador Pedro Hallal, professor da UFPel, disse a O Antagonista: “Esse troço é uma decisão vergonhosa do ministério”. E acrescentou: “O ministro optou por agradar ao chefe e seus apoiadores radicais, ao invés de cumprir com o seu trabalho”.
Rio de Janeiro
A CoronaVac está em falta, segundo a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Por isso, foi suspensa a vacinação de adolescentes de 14 anos.