Países signatários do Acordo de Paris devem atualizar suas metas climáticas até 10 de fevereiro, reforçando o compromisso com a redução de emissões
As nações signatárias do Acordo de Paris devem entregar, até esta segunda-feira (10), a versão atualizada de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês). As NDCs representam os compromissos de cada país na redução das emissões de gases de efeito estufa, conforme estabelecido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Segundo André Ferretti, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), as NDCs devem indicar avanços e ajustes necessários para o cumprimento do Acordo de Paris. Diante do aumento de desastres climáticos e eventos extremos, o cumprimento e a ampliação das metas são considerados essenciais.
“Muitos países ainda não enviaram suas novas NDCs. Infelizmente, a maioria tende a perder o prazo, e não há punição prevista para esses casos, o que permite que as submissões ocorram posteriormente. No entanto, é crucial que os países entreguem as metas o quanto antes para viabilizar as negociações e garantir compromissos cientificamente embasados para a redução das emissões, compatíveis com a emergência climática”, explica Ferretti. Ele também destaca que 2024 foi o ano mais quente da história, seguido de 2023, e janeiro de 2025 já quebrou recordes de temperatura para o período.
Brasil atualiza compromisso climático
Durante a COP29, realizada em novembro de 2024, em Baku, Azerbaijão, o Brasil entregou sua NDC atualizada para 2035 à UNFCCC. O documento estabelece a meta de reduzir as emissões líquidas de gases-estufa entre 59% e 67% nos próximos dez anos, em relação aos níveis de 2005. Baseada no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima (Plano Clima), a nova NDC servirá como principal diretriz para a política climática do país até 2035.
COP30 no Brasil
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) ocorrerá em novembro, em Belém (PA), e deve atrair mais de 40 mil participantes, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre os principais temas da conferência estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, a adaptação climática, o financiamento internacional para iniciativas ambientais, soluções de baixo carbono e a conservação da biodiversidade. A justiça climática também será debatida, enfatizando os impactos sociais das mudanças climáticas e a relação entre oceano e clima.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com mais de 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais instituições empresariais brasileiras dedicadas à conservação da natureza. Seu trabalho busca integrar a biodiversidade nas estratégias de negócios e nas políticas públicas, além de apoiar projetos ambientais em todos os biomas do país. A fundação protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, biomas altamente ameaçados, e possui mais de 1,2 milhão de seguidores em redes sociais. Criada em 1990, antes da Rio-92, é fruto da iniciativa de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário.
Sobre a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) conta com cerca de 80 profissionais do Brasil e do exterior que atuam como porta-vozes para temas relacionados à proteção da biodiversidade. Formada por juristas, urbanistas, bólogos, engenheiros, cientistas e professores, a iniciativa da Fundação Grupo Boticário visa disseminar informações e fomentar o debate sobre a conservação ambiental. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br.