Por Carlos Arouck
A megaoperação policial que mobilizou milhares de agentes em favelas e ruas do Rio de Janeiro recebeu apoio expressivo da população fluminense. Pesquisa exclusiva da Arrow Pesquisas, realizada na última terça-feira (29), revela que 68,8% dos moradores do estado aprovam a ação, contra 23,4% que a desaprovam. O levantamento ouviu 2.210 pessoas em todas as regiões do estado e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Na capital, onde a operação teve maior visibilidade, 66,9% aprovam e 24,9% desaprovam. No interior, o apoio é ainda mais alto: 70,7% a favor e 21,9% contra. A diferença indica que a sensação de segurança provocada pela ofensiva policial ultrapassa as fronteiras entre a metrópole e as cidades menores.
Entre as regiões do estado, o Noroeste Fluminense apresenta o maior índice de aprovação, com 84,7%, seguido pela Região Centro-Sul (82,9%) e pela Baía da Ilha Grande (72,3%). Áreas historicamente marcadas por conflitos entre facções criminosas parecem ver na operação uma resposta direta à violência endêmica.
Dentro do município do Rio, a aprovação varia significativamente. Barra da Tijuca e Recreio registram 80,3% de aprovação, seguidos da Grande Santa Cruz, com 79,2%. Já na Grande Tijuca, o apoio cai para 52,9%, e na Zona Litorânea, para 57,4%. O mapa da aprovação reflete diferenças socioeconômicas e de exposição à criminalidade: bairros de classe média alta e regiões periféricas demonstram maior apoio, enquanto áreas turísticas e centrais exibem mais resistência.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam três fatores principais para o alto índice de apoio. O primeiro é o cansaço com a violência. O estado registrou 3.412 homicídios em 2024 (até setembro), segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). A operação, que resultou em dezenas de prisões e apreensões de armas, é vista pela população como uma resposta concreta à insegurança.
O segundo fator é o efeito midiático. Imagens de blindados, helicópteros e drones em ação dominaram telejornais e redes sociais, reforçando a percepção de um Estado atuante e presente. O terceiro é a polarização política. O governador Cláudio Castro (PL) elogiou a operação, enquanto setores da esquerda criticaram supostos abusos. Ainda assim, o apoio atravessa fronteiras partidárias: 62% dos eleitores de Lula (PT) no estado também aprovam a ofensiva, segundo a Arrow.
Apesar da popularidade, entidades de direitos humanos, como a Anistia Internacional, alertam para o uso excessivo da força e o impacto em comunidades vulneráveis. “A aprovação popular não legitima violações de direitos”, afirma a organização. O governo estadual, por sua vez, promete manter operações de grande escala até o fim do ano, argumentando que o combate ao crime exige continuidade e firmeza.
A pesquisa da Arrow mostra um Rio de Janeiro que, neste momento, aplaude a mão pesada do Estado. Se esse apoio vai se sustentar, dependerá dos resultados concretos: menos tiroteios, mais prisões qualificadas e menos vítimas civis. Por enquanto, a megaoperação se consolida como o maior êxito de imagem do governo Cláudio Castro desde sua posse é um golpe nos
Faccionados do Comando Vermelho
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