Suspeito de ser o articulador das fraudes, Antônio Carlos Camilo Antunes enfrenta exigência de confronto direto
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS se aproxima de um de seus momentos mais tensos. O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado pela Polícia Federal como o principal articulador do esquema de fraudes envolvendo descontos associativos na previdência, aceitou participar de uma acareação com o advogado Eli Cohen, autor das denúncias que deram origem às investigações.
A iniciativa partiu do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que anunciou a apresentação de requerimento formal para colocar frente a frente o acusado e o denunciante.
“Estamos diante de um momento delicado do nosso trabalho. Precisamos saber quem está falando a verdade. É indispensável que o principal denunciante e o principal acusado repitam suas declarações frente a frente”, declarou Pimenta.
A medida surge em meio às constantes dificuldades da comissão em obter respostas objetivas de Antunes, que nega envolvimento nas fraudes e qualquer relação com autoridades políticas, apesar de ser apontado por investigadores como peça-chave no suposto desvio milionário no INSS.
Pimenta foi direto ao afirmar que a acareação é também uma forma de evitar manipulações midiáticas e blindagens políticas.
“Nada mais adequado neste momento para que a sociedade brasileira e esta comissão possam trabalhar com segurança nessas informações”, afirmou o deputado.
O advogado de Antunes, Cleber Lopes, confirmou à presidência da CPMI que seu cliente está disposto a participar do confronto. No entanto, o embate só acontecerá se a maioria da comissão aprovar o requerimento.
Assim, o que está em jogo não é apenas a palavra de um acusado contra a de um denunciante, mas a credibilidade da própria CPMI, pressionada a mostrar firmeza diante de um escândalo que expõe fragilidades profundas na gestão da previdência e o alcance de interesses obscuros no submundo político e econômico do país.