Mulher tenta vacinar boneca reborn e causa confusão em UBS

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Bebê reborn Foto: Freepik

 

Profissionais do SUS barram simulação de vacina em boneca reborn e evitam desperdício de insumos públicos

Profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Itajaí, em Santa Catarina, demonstraram responsabilidade e respeito ao dinheiro público ao recusarem o pedido inusitado de uma mulher que queria simular a vacinação de uma boneca reborn. O caso ocorreu em janeiro deste ano, mas só veio a público agora, em meio ao aumento da visibilidade desses brinquedos nas redes sociais.

De acordo com a prefeitura de Itajaí, a mulher, que não teve a identidade divulgada, compareceu à UBS acompanhada da filha de 4 anos e solicitou que os profissionais simulassem a aplicação de uma vacina na boneca, para que ela pudesse gravar o momento e publicar nas redes sociais. Inicialmente, a equipe solicitou a carteira de vacinação da criança, imaginando que o pedido era para ela. No entanto, a mulher esclareceu que queria a encenação com a boneca, alegando que o desejo havia partido da própria filha.

O pedido foi prontamente recusado pelos profissionais da unidade, que explicaram que a simulação representaria desperdício de insumos — como seringas e agulhas — adquiridos com recursos públicos e destinados exclusivamente ao atendimento de seres humanos. Diante da negativa, a mulher se exaltou e insistiu: “É só abrir uma seringa, só abrir uma agulha e fingir que deu”. Ainda assim, todos os funcionários, incluindo a vacinadora, mantiveram a recusa. A mulher deixou a unidade exaltada, e a UBS alertou outras unidades de saúde sobre a possibilidade de tentativas semelhantes em outros locais.

O episódio ocorre em meio ao aumento de atenção midiática aos chamados “bebês reborn” — bonecas hiper-realistas tratadas por alguns adultos como filhos. A repercussão tem levado órgãos públicos e legislativos a discutir limitações no uso dos serviços públicos por pessoas que alegam “direitos” em nome desses brinquedos.

Em Curitiba (PR), por exemplo, a prefeitura divulgou nota proibindo o uso de assentos preferenciais por “pais” de bonecas reborn no transporte público. Já na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa de São Paulo, tramitam projetos de lei que preveem multa para quem tentar obter prioridade no atendimento do SUS usando esse tipo de boneca.

Na última quinta-feira (15), foi apresentado na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe coibir o uso de bebês reborn para obtenção de benefícios no SUS, incluindo vacinação simulada. A proposta prevê multa de cinco a 20 salários mínimos para os infratores, com valor dobrado em caso de reincidência, considerando a gravidade da conduta e o tamanho da vantagem indevida.

O caso de Itajaí é um exemplo da seriedade com que os servidores públicos devem e podem agir diante de situações que, ainda que pareçam banais, impactam diretamente o uso responsável dos recursos do Estado.

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