Mulher tenta vacinar boneca reborn e causa confusão em UBS

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Bebê reborn Foto: Freepik

 

Profissionais do SUS barram simulação de vacina em boneca reborn e evitam desperdício de insumos públicos

Profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Itajaí, em Santa Catarina, demonstraram responsabilidade e respeito ao dinheiro público ao recusarem o pedido inusitado de uma mulher que queria simular a vacinação de uma boneca reborn. O caso ocorreu em janeiro deste ano, mas só veio a público agora, em meio ao aumento da visibilidade desses brinquedos nas redes sociais.

De acordo com a prefeitura de Itajaí, a mulher, que não teve a identidade divulgada, compareceu à UBS acompanhada da filha de 4 anos e solicitou que os profissionais simulassem a aplicação de uma vacina na boneca, para que ela pudesse gravar o momento e publicar nas redes sociais. Inicialmente, a equipe solicitou a carteira de vacinação da criança, imaginando que o pedido era para ela. No entanto, a mulher esclareceu que queria a encenação com a boneca, alegando que o desejo havia partido da própria filha.

O pedido foi prontamente recusado pelos profissionais da unidade, que explicaram que a simulação representaria desperdício de insumos — como seringas e agulhas — adquiridos com recursos públicos e destinados exclusivamente ao atendimento de seres humanos. Diante da negativa, a mulher se exaltou e insistiu: “É só abrir uma seringa, só abrir uma agulha e fingir que deu”. Ainda assim, todos os funcionários, incluindo a vacinadora, mantiveram a recusa. A mulher deixou a unidade exaltada, e a UBS alertou outras unidades de saúde sobre a possibilidade de tentativas semelhantes em outros locais.

O episódio ocorre em meio ao aumento de atenção midiática aos chamados “bebês reborn” — bonecas hiper-realistas tratadas por alguns adultos como filhos. A repercussão tem levado órgãos públicos e legislativos a discutir limitações no uso dos serviços públicos por pessoas que alegam “direitos” em nome desses brinquedos.

Em Curitiba (PR), por exemplo, a prefeitura divulgou nota proibindo o uso de assentos preferenciais por “pais” de bonecas reborn no transporte público. Já na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa de São Paulo, tramitam projetos de lei que preveem multa para quem tentar obter prioridade no atendimento do SUS usando esse tipo de boneca.

Na última quinta-feira (15), foi apresentado na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe coibir o uso de bebês reborn para obtenção de benefícios no SUS, incluindo vacinação simulada. A proposta prevê multa de cinco a 20 salários mínimos para os infratores, com valor dobrado em caso de reincidência, considerando a gravidade da conduta e o tamanho da vantagem indevida.

O caso de Itajaí é um exemplo da seriedade com que os servidores públicos devem e podem agir diante de situações que, ainda que pareçam banais, impactam diretamente o uso responsável dos recursos do Estado.

Mais lidas

Projeto Na Sua Hora leva serviços públicos...
Governo de Goiás age com firmeza contra de...
Vila Sertões abre em Goiânia com atrações ...
...