O vice-presidente Hamilton Mourão deu voz à opinião de ministros – militares e técnicos- quando disse, nesta sexta (13), que como indivíduo reconhece a vitória de Joe Biden, informa Andreia Sadi.
Desde o final de semana, assessores presidenciais vêm defendendo, junto a Jair Bolsonaro, que ele reconheça a vitória de Joe Biden publicamente.
No entanto, Bolsonaro preferiu ficar com a opinião da turma ideológica do governo: Ernesto Araujo (Relações Exteriores), Filipe Martins (assessor especial da Presidência) e o filho Eduardo Bolsonaro (deputado federal).
Um ministro técnico do governo brinca, nos bastidores, que Mourão falou o que muitos gostariam de dizer, mas diferentemente do vice-presidente, são passíveis de demissão.
Como não têm plano de deixar o governo, assessores presidenciais que discordam de Bolsonaro não contrariam o chefe publicamente. O presidente já deixou claro que para ficar no governo é preciso concordar.
Mourão, para irritação de Bolsonaro, comenta sobre temas diversos. Além da eleição americana, endossou a opinião de Edson Pujol, comandante do Exército, sobre não misturar política e militares.
Bolsonaro ignora esse tipo de avaliação e tampouco se mostra incomodado com militares na ativa que trabalham no seu governo. Pelo contrário: para generais da ativa, ouvidos pelo blog,
Bolsonaro se aproveita da confusão para misturar junto à opinião pública a impressão de que as Forças Armadas estariam apoiando politicamente o seu governo.
Por isso, nos bastidores, militares manifestam desconforto com assessores presidenciais, como o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que estão na ativa e também trabalhando no governo.