Morrer para emagrecer ou tentar emagrecer até morrer?

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“Menina de 11 anos se suicida por estar infeliz com a aparência e deixa escrito “garotas bonitas não comem”.

Uma menina irlandesa de 11 anos se matou após postar uma mensagem dizendo que estava infeliz com sua aparência. O caso aconteceu no início de 2016, mas só foi divulgado recentemente, conforme reportagem do site http://bit.ly/2BlArAe.

Segundo a imprensa local, os pais da pequena Milly Tuomey, alertados por amigos da criança, chegaram a levá-la para acompanhamento psicológico no fim de 2015. Nesta época, eles descobriram um diário de Milly em que ela falava de sua vontade de morrer.

De acordo com a mãe de Milly, ela também teria se cortado e escrito “garotas bonitas não comem” com o próprio sangue. “Estávamos aterrorizados e não sabíamos o que fazer”, disse em entrevista ao “The Irish Examiner”.

No dia 1º de janeiro, a garota disse estar entediada e foi para seu quarto, onde foi encontrada pouco tempo depois em estado crítico. Milly morreu três dias depois.

Apesar de ter sido revelado quase dois anos depois, o caso gerou uma movimentação de pais e educadores, que cobram mais políticas públicas para a prevenção do suicídio entre crianças e jovens na Irlanda.”

Ao ler essa notícia, me gera um mix de tristeza, revolta e dor em saber que esse caso não é isolado e em perceber que muitas outras crianças e adolescentes estão sofrendo bullying calados, além de problemas sérios de saúde e que são encarados como normais, como hipertensão, colesterol elevado e glicemia alta, por exemplo.

O que houve com essa criança até o momento dessa tragédia? Será que é normal crianças morrerem pela boca? São perguntas que me faço enquanto tento imaginar o tamanho da dor desses pais e o sentimento de incapacidade de agir diante da tragédia. Mas minha reflexão é sobre o que foi feito antes.

Quando a balança começou a subir, quando o pediatra alertava um ganho de pesa acima da média esperada para a idade, quando os hábitos alimentares inadequados (doces, massas, guloseimas) tiravam o lugar dos alimentos saudáveis e nutritivos, quando o sedentarismo, tablete e/ou o celular, tiravam o lugar dos esportes e das brincadeiras. Nutri, mas eu tento incentivar meu filho a ter hábitos mais saudáveis, mas ele não quer! Diz que não gosta e não faz!

E se seu filho hoje decidisse largar o colégio você iria permitir? E se ele resolvesse usar drogas, bebida alcoólica estaria tudo bem?

Açúcar vicia, açúcar é droga. E se é uma droga doce que domina o seu cérebro, imagine o cérebro de uma criança? A comida mata e às vezes os pais se esquecem disso. Procuram por nutricionistas, médicos e treinadores, e após as consultas somos taxados como exagerados. Comida mata de forma silenciosa como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Comida mata como matou a Milly, por não ter sido levada a um profissional capaz de ajudá-la.

E se achar que tudo isso aqui é exagero, assista o documentário “Muito Além do Peso” http://bit.ly/1so9KlQ, e veja com seus próprios olhos o que nossas crianças, de todas as raças, classes sociais e idades, vêm passando.

Mas a questão é que eu sei que vocês responsáveis, sejam pais, mães ou avós, amam demais essas crianças e por isso não são capazes de dizer não. Então, sabendo disso, busquem os profissionais capacitados e habilitados a ajudarem vocês. Eu sou especialista em emagrecimento e alimentação escolar, e atuei 8 anos como nutricionista personal de crianças e adolescentes. Emagreci e solucionei muitas alterações de exames clínicos em diversas crianças e adolescentes e sabem o que eu vejo de comum em todas as famílias?

Primeiro: A criança não tem poder de compra. Se ela está comendo é porque a família está dando a ela.

Segundo: Ela se espelha e reproduz os hábitos dos super-heróis dela, o pai, a mãe, os irmãos, ou alguém próximo que ela ama.

Terceiro: Se todo mundo de alimenta bem, a família é super saudável e a criança, apenas ela, está assim, tem alguma situação mal resolvida na cabecinha dela que está despertando esse hábito de comer por emoção.

Quando chegam crianças e adolescentes no meu consultório eu sempre pergunto aos pais se eles estão preparados para solucionar esse problema ou se é demais mexer na zona de conforto. Por que, acredite, criança e adolescente obeso não tem obrigação de emagrecer sozinho não! Eles precisam de um profissional experiente, de um acompanhamento a médio e longo prazo, de técnicas de educação nutricional, porque não é dieta que resolve essa situação, é adesão dele ao tratamento e aprendizagem e, principalmente, o apoio e participação da família.

Na prática de consultoria vejo dois métodos que trazem excelentes resultados para os meus pequenos e meus adolescentes, são eles:

– Reprogramar a mente para emagrecer, que é uma estratégia que ajuda a manter o foco na dieta e na atividade física de forma constante, para que a alimentação saudável e os exercícios tornem-se um hábito natural no dia-a-dia;

– Aulas de educação nutricional aliadas as avaliações físicas e nutricionais já usadas em consultórios.

É importante ressaltar que a linguagem deve ser sempre adaptada à idade e o uso de recursos audiovisuais e lúdicos também funciona muito bem. Eu sempre uso jogos, livros e filmes para abordar o tema da sessão.

Veja alguns exemplos:

A alimentação é um fator extremamente importante para nossos pequenos, pois é desde a infância que eles irão aprender o que são hábitos alimentares saudáveis e o que não os trará bons resultados. É nesse momento que é mais do que crucial um acompanhamento e uma atenção redobrada para que eles cresçam saudáveis e sabendo que suas atitudes farão toda a diferença em seu futuro.

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