Larry King pai dos talk shows e referência para o mundo da TV

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O jornalista norte-americano Larry King, um dos principais precursores de programas de entrevista na TV, chamado “talk show”, morreu em consequência do Covid-19, neste sábado aos 87 anos.

King comandou tradicional programa de entrevistas na CNN americana jpor vinte anos. “É com profundo pesar que a Ora Media anuncia a morte de nosso co-fundador, apresentador e amigo Larry King, que morreu nesta manhã aos 87 anos no Centro Médico Cedros Sinai de Los Angeles”, diz um comunicado publicado em seu perfil oficial no Twitter.

Com mais de 60 anos de carreira, King começou sua trajetória profissional como locutor esportivo em uma rádio local no estado da Flórida em 1957.

“Larry sempre viu seus entrevistados como verdadeiras estrelas de seus programas, e ele mesmo como um canal imparcial entre o convidado e o público”, disse sua produtora, Ora Media, em um comunicado.

“Se ele estava entrevistando um presidente dos EUA, líder estrangeiro, celebridade, personagem cheia de escândalos, ou um homem comum, Larry gostava de fazer perguntas curtas, diretas e descomplicadas.”

Foram mais de 50 mil entrevistas transmitidas, segundo uma estimativa feita pela agência de notícias Associated Press.

“As entrevistas de Larry em seus 25 anos de ‘Larry King Live’, ‘Larry King Now’ e ‘Politicking with Larry King’ são referência para os meios de comunicação de todo o mundo e fazem parte do registro histórico do final do século 20 e início do século 21”, disse a Ora Media.

Em 1995, ele foi o convidado para presidir uma conferência sobre a paz no Oriente Médio com a presença dos então líderes palestino e israelense Yasser Arafat e Yitzhak Rabin.

Pouco convencional, King dizia nunca se preparar para fazer uma entrevista. Se o convidado fosse um autor, que iria divulgar uma nova publicação, apenas perguntava: “sobre o que fala o livro?”. Ele, que evitava parecer intelectual demais, dizia ser apenas “um cara curioso que faz perguntas”.

Em um livro de memórias, King disse que “há muitos entrevistadores que recitam três minutos de fatos antes de fazer uma pergunta. Parece que querem dizer ‘vejam como sou inteligente’. Eu acho que é o convidado quem tem que ser o especialista”.

King não era muito dado para confrontos e raramente fazia perguntas difíceis ou técnicas para importantes figuras políticas, mas sempre que possível, ele dava pequenas alfinetadas para estimular seus convidados a dizerem coisas interessantes sobre si mesmos.

Para o ex-presidente Richard Nixon, ele perguntou uma vez: “Quando você dirige pela ponte Watergate, você se sente estranho?”. O republicano havia renunciado depois de denúncias de corrupção durante seu mandato que ficaram conhecidas como o Caso Watergate.

Filho de imigrantes – de mãe austríaca e pai bielorrusso –, King nasceu no Brooklyn em Nova York em 19 de novembro de 1933. Por muitos anos ele morou em Miami e Washington DC, até se fixar em Beverly Hills, na Costa Oeste dos EUA.

Casado oito vezes, sua vida pessoal também despertava o interesse popular, e não era raro King estampar as capas de revistas de fofocas. Viciado em jogos de azar, ele quebrou duas vezes e já foi preso por fraude fiscal.

O apresentador estava internado desde o início do mês por conta de complicações do coronavírus. Ele tinha diabetes do tipo 2, um dos fatores de risco para a Covid-19, e retirou um câncer de pulmão em 2017.

No ano passado, ele perdeu dois de seus filhos, Andy e Chaia, de forma repentina. Andy sofreu um ataque cardíaco no final de julho e, menos de três semanas depois, Chaia morreu por complicações de um câncer de pulmão que ela recém havia sido diagnosticada. King tinha ainda mais três filhos.

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