Missão de blindar Bolsonaro continuou, mas senadores saíram sem saber o que Pazzuelo fazia

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello concluiu seu depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (20). Ontem, depois de passar mal, a sessão precisou ser interrompida.

Em seu segundo dia respondendo aos questionamentos dos senadores, Pazuello continuou mentindo e tentando defender Jair Bolsonaro a todo custo ou quase, pois acabou admitindo que o presidente não quis intervir na Saúde do AmazonasO general compareceu sem farda, mas trocou de gravata.

 

O que disse Eduardo Pazuello

“Não passei mal a esse nível”

  • Eduardo Pazuello minimizou o desmaio de ontem durante o intervalo da sessão da CPI.
  • Ele reagiu, dizendo que o depoimento não foi suspenso por causa de sua indisposição.

Sem máscara no shopping

  • Pazuello foi questionado sobre o episódio em que foi flagrado sem máscara em um shopping de Manaus.
  • O ex-ministro alegou que foi de máscara ao shopping, mas que ela ficou no carro “inutilizada”, por isso se dirigiu a uma loja para comprar uma nova. Segundo ele, foi justamente nesse momento que foi fotografado.
  • Pazuello pediu desculpas e defendeu o uso de máscaras.

Falas de Bolsonaro

  • Pazuello disse que a ciência não confirma a eficácia do distanciamento social no combate ao coronavírus. Segundo ele, a OMS voltou atrás algumas vezes sobre os temas.
  • O general disse não concordar com muitas das declarações de Jair Bolsonaro, mas que “isso é coisa de internet”, e que não teria afetado suas decisões. Segundo ele, o presidente fala de “bate-pronto”.

Cloroquina

  • Pazuello negou que tenha intensificado a compra de cloroquina durante sua gestão. Chegou a dizer que nunca comprou um comprimido do remédio.
  • E que o Ministério da Saúde, sob seu comando, não distribuiu “kit Covid” para comunidades indígenas, apenas cloroquina para uso contra a malária — o que é feito anualmente.

TrateCov

Crise em Manaus

  • Sobre o colapso no sistema de saúde de Manaus por falta de oxigênio, culpou a Secretaria de Saúde estadual e a empresa White Martins.
  • Pazuello atribuiu a responsabilidade pelo fechamento do Hospital de Campanha Nilton Lins, na capital amazonense, ao governador do estado, Wilson Lima. A unidade foi fechada em julho.
  • O general disse que Jair Bolsonaro presidiu a reunião ministerial que optou pela não intervenção federal na Saúde do Amazonas.

Ministério da Saúde paralelo

  • Pazuello voltou a negar que Carlos Bolsonaro participava das decisões do Ministério da Saúde ou aconselhava o presidente sobre como enfrentar a pandemia.
  • Para defender o irmão, o senador Flávio Bolsonaro interrompeu a sessão e disse que a CPI deveria ouvir o pastor Silas Malafaia, conselheiro habitual de Jair Bolsonaro. 

Pfizer

  • Pazuello voltou a dizer que impasses contratuais dificultaram as negociações com a Pfizer.
  • O general afirmou que a pasta esperou a publicação de uma medida provisória do governo para comprar os imunizantes. Segundo ele, uma minuta da MP foi apresentada em dezembro, mas foi descartada por falta de consenso entre as assessorias jurídicas dos ministérios.
  • O senador Randolfe Rodrigues citou a derrubada de um dispositivo da minuta da MP que previa a responsabilidade civil na compra de vacinas, para atender às demandas da Pfizer.
  • De acordo com o senador, Jair Bolsonaro foi o único da cúpula do governo a não assinar a minuta. Randolfe sugeriu que o texto foi alterado por causa do presidente, o que teria criado mais uma barreira.
  • O ex-ministro alegou que, em uma “posição de vanguarda”, assinou o memorando de entendimento com a Pfizer, “sem aval jurídico”. Segundo ele, a AGU não tinha dado autorização. 
  • O general disse que a decisão final sobre a compra foi sua.
  • Ele ainda negou que tenha conversado com Fabio Wajngarten sobre vacinas e afirmou que a Pfizer fez uma “publicidade agressiva”.

Compra de Coronavac

  • Pazuello voltou a dizer que o cancelamento da compra de 46 milhões de doses da Coronavac em outubro não foi feito por ordem de Jair Bolsonaro.
  • O ex-ministro insistiu que “não houve atraso” na aquisição do imunizante.
  • não soube explicar por que a pasta retirou do ar uma mensagem sobre a compra da Coronavac, após Bolsonaro criticar a vacina e desautorizar a aquisição.

Covax

  • Eduardo Pazuello disse que as negociações com o consórcio Covax foram iniciadas pela Casa Civil e não pelo Ministério da Saúde.
  • O general confirmou, no entanto, que foi sua a decisão de aderir à cota mínima de vacinas oferecida.

Hospital de Águas Lindas

  • O ministro da Saúde não soube dizer quem mandou fechar o hospital de campanha de Águas Lindas, em Goiás.
  • Ele foi confrontado com a informação de que o governo estadual pediu ao governo federal que mantivesse a unidade funcionando.

O melhor resumo dos depoimentos de Eduardo Pazuello foi dado pelo senador Angelo Coronel, na sua pergunta ao ex-ministro da Saúde: “Pelo que entendi do seu depoimento até agora, general, Vossa Senhoria não era responsável pela compra de oxigênio para o Amazonas, não poderia receber empresas para negociar vacinas, não foi responsável por colocar o TrateCov no ar e não recebia demandas do presidente da República no que diz respeito à pandemia. Eu queria saber, estou curioso: qual era a sua função, exatamente?” (O Antagonista)

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