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Por Carlos Arouck
Brasília, 9 de abril de 2025 – O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do União Brasil, anunciou sua demissão na última segunda-feira, 8 de abril, após ser formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de corrupção passiva e outros crimes. A saída marca o primeiro caso de um ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva a renunciar em meio a acusações formais, abalando a imagem da gestão atual.
A denúncia da PGR é resultado de investigações iniciadas com a Operação Benesse, deflagrada em 2023, que apurou um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. Segundo os procuradores, Juscelino, quando ainda era deputado federal, teria participado de crimes como organização criminosa, fraude em licitações, peculato e corrupção. As acusações detalham a atuação do então parlamentar em um esquema que beneficiava aliados políticos e empresas em troca de vantagens indevidas.
Em carta aberta, o agora ex-ministro negou as imputações e afirmou que sua saída do cargo foi motivada pela necessidade de se dedicar integralmente à defesa no âmbito judicial. “Confio plenamente no Supremo Tribunal Federal para que a verdade prevaleça e minha inocência seja reconhecida”, declarou Juscelino, que é filiado ao União Brasil. A decisão de deixar o ministério foi negociada com lideranças do partido, que temia desgaste político diante do escândalo.
A renúncia ocorre em um momento delicado para o governo Lula, que busca manter a estabilidade de sua base aliada no Congresso. Ainda não há informações oficiais sobre quem assumirá o comando do Ministério das Comunicações. O caso segue sob análise do STF, que decidirá se aceita ou não a denúncia apresentada pela PGR, o que pode levar Juscelino Filho a responder como réu em um processo criminal.
