Governo Federal e GDF foram enganados por falta de informações de inteligências dos governos
Os ataques de vandalismo ocorridos neste domingo, 8, por bolsonaristas radicais às sedes dos três poderes em Brasília, não podem ser imputados como culpa ou máxima culpa ao governador Ibaneis Rocha (MDB).
Os serviços de inteligência das Forças Armadas e das forças de segurança do Distrito Federal, quanto das forças ligadas ao Ministério da Defesa e Ministério da Justiça, sabiam dos possíveis atos antidemocráticos que poderiam ocorrer durante as manifestações.
Vale lembrar que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi pessoalmente à Praça dos Cristais na manhã de domingo, 8. – onde estavam os acampados na frente do Quartel-General do Exército, local que fica a 8 km da Praça dos Três Poderes.
Desde que tomou posse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Exército, ora sob comando do petista, não mexeu uma palha para alertar o Ministério da Defesa ou a pasta da Justiça da movimentação à frente de sua sede principal. Outra ressalva é o fato da rusga entre os ministros Flávio Dino (Justiça) e José Múcio (Defesa).
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o ex-presidente Jair Bolsonaro, sempre se omitiram sobre tumulto. Bolsonaro conseguiu mais tempo como “presidente do caos”, sem condenar ou repreender os bloqueios nas rodovias, os vandalismos e agora o terrorismo ocorrido ontem por seus apoiadores.
Bolsonaro está até hoje “inconformado” com a derrota – deixou isso claro ao deixar o Brasil – o ex-presidente busca culpados para sua demissão nas urnas.
Não foi falta de aviso, em grupos de WhatsApp militantes e integrantes do ex-governo federal, circulam mensagens de bolsonaristas comemorando os atos antidemocráticos.
Em 12 de dezembro de 2022, bolsonaristas radicais tentaram invadir a sede da PF (Polícia Federal), em Brasília, e depredaram carros e ônibus – onde foram registrados nos arredores do prédio da corporação, perto de shoppings e hotéis um verdadeiro caos na cidade.
Já no dia 24 de dezembro, na área do Aeroporto Internacional de Brasília, um novo movimento buscava “chamar atenção” para o movimento a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) – um participante do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel do Exército, foi preso após tentar explodir uma bomba, sinal de uma tragédia anunciada.
Em reunião [27/12] no Palácio do Buriti, o governador Ibaneis Rocha recebeu em seu gabinete os ministros da Justiça, Flávio Dino e da Defesa, José Múcio Monteiro, que trataram sobre o esquema de segurança da posse de Lula.
“Nós vamos trabalhar não só agora para a posse, mas também para os próximos quatro anos, de modo que a gente possa ter a pacificação da nossa cidade, a pacificação do nosso país e ter aquilo que a população realmente anseia, que é o desenvolvimento da nação, uma melhoria da qualidade de vida de todos”, afirmou Ibaneis em entrevista coletiva após a reunião.
A posse do presidente Lula ocorreu sem riscos ou ameaças relevantes de violência contra o petista ou apoiadores na Esplanada dos Ministérios, que recebeu mais de 400 mil brasileiros.
No sábado (7) Ibaneis trocou informações com ministro Flávio Dino, onde chegavam mais 150 ônibus com manifestantes bolsonaristas, mas cerca de 1h dos atos de vandalismo promovidos por bolsonaristas, o secretário de Segurança interino, Fernando Oliveira, mandou um áudio para tranquilizar Ibaneis Rocha sobre a movimentação na capital. “Manifestação totalmente pacífica”, disse na mensagem.
Na gravação, Fernando afirmou que os bolsonaristas saíram do Setor Militar Urbano (SMU) em direção à Esplanada dos Ministérios “controlados e escoltados pela polícia”. “Tivemos uma negociação para que eles descessem de forma pacífica, organizada e controlada”, disse.
A mensagem foi encaminhada ao governador às 13h23 e os atos de vandalismo começaram por volta das 14h30. Ainda no áudio, o secretário interino disse que o “clima” estava “bem tranquilo e ameno”.
No fim do áudio, o senhor Fernando garantiu ao governador Ibaneis que daria outro retorno no período da tarde. Em resposta, Ibaneis disse: “Maravilha. Coloca tudo na rua”, enfatizou o emedebista.
O ministro [Justiça] foi tranquilizado pela inteligência das forças federais que estava tudo tranquilo, sob o controle da Força Nacional.
Ministro Dino, afirmou crer, que o governador do DF, não tenha sido conivente com as invasões nas sedes do Três Poderes, em Brasília, e, sim, “iludido e enganado”. e complementou, todos foram enganados, Ibaneis por acreditar em seu secretário de Segurança sobre o “clima ordeiro e pacífico” dos bolsonaristas e Flávio Dino por não ter as informações concretas por parte dos serviços de inteligência das forças federais que comanda.
Até o momento não se sabe, ao certo, se a falha foi por falta de troca de informações entre órgãos de segurança como PF e PCDF.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na madrugada desta segunda, 9, afastar o governador do DF Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias, pelo visto querem auferir um bode-expiatório dos atos antidemocráticos.