O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou 12 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema descoberto pela Operação Caronte. Todos os suspeitos da chamada ‘máfia das funerárias’ foram denunciadas por crime de organização criminosa; alguns deles por falsa identidade, utilização ilegal de telecomunicações, crime contra as relações de consumo, corrupção ativa e corrupção passiva.
Os suspeitos realizavam serviços – como sepultamento, embalsamento, cremação e translado de corpos – captados de maneira ilegal. O grupo interceptava a frequência de rádios da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em busca de mortes naturais. O próximo passo dos criminosos era entrar em contato com os familiares, se passando por servidores do Instituto Médico Legal (IML), afirmando que o falecido passaria por necropsia.
Os acusados ligavam ainda para os familiares informando que uma equipe da “assistência funerária de plantão” se deslocaria para o local junto com a equipe do IML. A partir daí, era cobrado um valor pelo procedimento dependendo da condição financeira do falecido e dos familiares.
Um dos grupos que realizava os crimes contava com a ajuda de dois funcionários do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), que repassavam informações sobre óbitos ocorridos ou que estava na iminência de ocorrer.
A operação foi deflagrada pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Polícial (NCAP), pela Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários da Saúde (Pró-Vida) e pela 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), com apoio da Corregedoria da PCDF.