Com alimentos saudáveis e muito carinho, cozinheiras da rede pública ajudam a transformar a rotina e os hábitos alimentares de milhares de estudantes
Logo nas primeiras horas da manhã, o aroma do tempero fresco já toma conta dos corredores da Escola Classe 708 Norte. O barulho das panelas e a movimentação na cozinha não passam despercebidos pelas crianças, que logo se reúnem na porta com uma pergunta na ponta da língua: “O que vai ter no lanche de hoje?”.
A ansiedade é diária e motivo de orgulho para a cozinheira Júlia Pereira de Oliveira, que prepara cada refeição como quem cuida da própria família. “Cozinho com amor, como se estivesse servindo meus filhos e netos. Quando a panela volta vazia, sei que deu certo”, conta ela, com os olhos brilhando.
A unidade, que atende 355 alunos, é um retrato do cuidado que o Governo do Distrito Federal (GDF) tem com a alimentação escolar. Em 2025, estão previstos aproximadamente R$ 222 milhões em investimentos na merenda, sendo parte desse valor destinada à agricultura familiar, com produtos orgânicos e frescos. Até o momento, já foram entregues mais de 8,5 mil toneladas de alimentos, incluindo arroz, feijão, frutas, legumes e carnes de diversos tipos.
Transformação no prato e na vida
Os reflexos dessa atenção ultrapassam a nutrição. A pequena Evellem, de 11 anos, afirma que passou a comer melhor em casa depois da experiência na escola. “Antes comia muito doce. Aqui aprendi a gostar de comida saudável e levo isso para minha família”, relata. Já os colegas Cauã, de 8 anos, e Lucauã, de 10, têm pratos favoritos e elogiam o capricho das “tias da cantina”.
A diretora da escola, Viviane Costa Moreira, destaca a importância da merenda como principal refeição do dia para muitos alunos. “A alimentação escolar tem papel fundamental. Muitos vêm de longe e encontram aqui uma alimentação de qualidade, feita com dedicação e compromisso.”
Do campo ao prato com responsabilidade

Mais de 825 famílias de agricultores são beneficiadas pelo programa de aquisição de alimentos, que movimenta a economia local e promove segurança alimentar. Produtos frescos, orgânicos e in natura são priorizados — apenas 3% dos alimentos têm aditivos ou conservantes.
Camila Beiró, diretora de Alimentação Escolar da SEEDF, explica que o DF investe seis vezes mais que o governo federal na merenda. “Nos destacamos no cenário nacional por garantir uma alimentação diversificada, segura e adaptada às necessidades dos estudantes”, afirma.
Comida boa, feita com amor, educação que alimenta. No Distrito Federal, a merenda escolar é mais do que uma refeição: é um gesto de cuidado que nutre corpos, mentes e futuros.
Com informações Agência Brasília