Em 2022, logo ali, teremos mais um capítulo das eleições presidenciais.
Por Renato Botelho Machado
Concorrerão provavelmente, os candidatos Bolsonaro (Aliança), Sérgio Moro (PODEMOS), Ciro Gomes (PDT), João Amoêdo (NOVO), João Dória (PSDB), Flávio Dino (PC do B), Guilherme Boulos (PSOL), Luciano Huck (Cidadania) e Lula (PT).
De acordo com pesquisas feitas nos dias 24.04 e 25.04, os favoritos são Sergio Moro (PODEMOS), Lula (PT) e Jair Bolsonaro (Aliança).
BOLSONARO (Aliança)
Para este analista, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, caiu sobremaneira em todas as classes sociais, especialmente nas classes médias e alta da sociedade. O candidato Bolsonaro terá de evitar a condenação por crime de responsabilidade, que já possuem 23 denúncias de crimes.
Mesmo se puder ser candidato, não chegará ao segundo turno.
Quando candidato, conseguiu vencer o sistema político tradicional, especialmente após levar uma facada na barriga em pleno pleito eleitoral. Não participou dos debates. Não obteve apoio de nenhuma emissora de TV. Não teve apoio de partidos de expressão, eis que foi candidato pelo pequeno PSL. Transformou o PSL no segundo maior partido da Câmara dos Deputados. Não é um amador a ser descartado, mas com os atuais índices de rejeição, será quase impossível ir ao segundo turno das eleições de 2022. Foi eleito, entre outros fatores, com discurso de combate à corrupção, mas se envolveu em interferências indevidas na Polícia Federal, seus filhos são acusados de praticarem rachadinhas, além de coordenar o gabinete de produção de fake News.
Enquanto o presidente da República, preferiu não lotear o governo com partidos políticos, mas sim com frentes de apoio, quais sejam: frente evangélica, bancada da bala e todos aqueles que apoiam o modelo de governo conservador (moral e ético) e ultraliberal econômico.
LULA (PT)
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidato terá, antes, de resolver seus problemas jurídicos, pois foi condenado em segunda instância duas vezes. Sua candidatura depende diretamente do STF julgar a suspeição de Sérgio Moro. Com o resultado favorável, o processo do Tríplex será arquivado pela prescrição e o processo do sítio de Atibaia voltará para a fase de denúncia que poderá, ou não, ser recebida pela 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.
É o candidato com o segundo maior índice de rejeição, perdendo apenas para Bolsonaro.
Foi o Presidente da República com maior índice de aprovação de todos os tempos. Saiu apoiado por 82% da população.
Lula compõe o modelo social econômico, preocupado em diminuir situações de desigualdade social e desenvolver a economia, com foco na geração de empregos e atribuir caráter produtivo real ao plano de desenvolvimento.
SÉRGIO MORO (PODEMOS)
Sérgio Moro do PODEMOS, embora apareça atrás de Ciro Gomes, é o candidato com maior potencial eleitoral e retira muitos votos de Jair Bolsonaro. É o favorito, na minha opinião. Foi juiz federal durante 22 anos e Ministro da Justiça no governo Bolsonaro em 2019/2020.
Não possui posicionamento político definido, embora possa se considerar integrante da extrema direita brasileira, desde que entrou no governo Bolsonaro.
Possui, entretanto, no imaginário da população, a marca de um político honesto e de combate à corrupção. Saiu do governo de Jair Messias Bolsonaro, acusando-o de interferências políticas no Ministério da Justiça e Segurança Pública, especialmente na Polícia Federal. Mostrou, inclusive, conversas de whatsapp nas quais Jair Bolsonaro solicita a demissão do diretor-geral da PF, em razão de investigação contra parlamentares da base que supostamente praticaram crime contra a segurança nacional.
CIRO GOMES (PDT)
O maior inimigo de Ciro Gomes é a sua língua. Está atualmente perdido. Não sabe como se posicionar politicamente. É o que possui a melhor leitura econômica de todos os candidatos, com um projeto nacional desenvolvimentista, mas não aprendeu o mais básico da boa política, qual seja: conviver bem com todos, articular, compor, conversar, entre outros. Foi Ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e Ministro da Integração Nacional no governo Lula.
FLÁVIO DINO (PC DO B)
O governador do Maranhão, Flávio Dino, é um candidato com chances de chegar a, no máximo, 5% dos votos. As razões do fraco desempenho são tamanhas, eis que Dino não possui expressão nacional, não foi ministro de Estado e o maior motivo é o nome de seu partido, qual seja Partido Comunista do Brasil. O nome “comunismo” atinge índices de rejeição maiores que o fascismo, em pesquisas recentes. Embora o comunismo brasileiro seja marcado pela defesa da Democracia e da Soberania Nacional, o imaginário popular tem a noção de que o comunismo é parte integrante de sistemas de tortura, ditadura, concentração de poder nas mãos de um soberano e o desrespeito absoluto ao direito de propriedade. E a razão de ser se dá por conta de figuras como Kim Jong Un (Korea do Norte), Nicolas Maduro (Venezuela) e Miguel Díaz-Canel (Cuba). Imagine a hipotética situação de apoio de Lula a Flávio Dino. Com o apoio de Lula, o crescimento de Flávio Dino bem acima do que uma candidatura solo. Com o crescimento, os ataques ao governador do Maranhão se darão inicialmente acerca da implantação do comunismo e, depois, terá de defender os governos impopulares da Korea do Norte, Venezuela e Cuba.
Flávio Dino foi juiz federal, deputado federal, governador do Maranhão por duas vezes e, no governo federal, ocupou a presidência da Embratur.
Se o PC do B mudasse de nome para social-progressista, por exemplo, a intenção de votos ao candidato comunista aumenta em cerca de 4%, pulando de 3% para 7%.
JOÃO AMOÊDO (Novo)
Por se tratar de candidato sem qualquer experiência em função pública, bem como por ter tido uma votação razoável em 2018, trata-se de um postulante sem qualquer chance de êxito no pleito de 2022. O partido NOVO não se posicionou contra o governo de Jair Messias Bolsonaro, não participou dos principais debates e possui discurso focado estritamente liberal. Não se identifica com o conservadorismo brasileiro, nem mesmo com a ala progressista da nação.
João Dória (PSDB)
João Dória somente será candidato, caso as pesquisas indiquem, em março/2022, que o candidato possui viabilidade eleitoral. Se as pesquisas indicarem que Dória possui 10 a 12% de intenções de voto, ele se lançará candidato ao palácio do Planalto. Qualquer intenção de votação abaixo disso, o tucano será candidato à reeleição e provavelmente colocará o PSDB para apoiar o ex-juiz Federal Sérgio Moro.
Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos é do movimento dos sem-teto, foi candidato em 2018, mas não possui viabilidade eleitoral, muito menos densidade para obter uma boa votação em 2022.
Luciano Huck (Cidadania)
Luciano Huck é apresentador da Rede Globo e já aparece em quinto nas pesquisas, sem que tenha dito que será candidato à presidência da República. É o segundo candidato com maiores chances de crescimento, devendo ficar atrás apenas de Moro, Lula e Bolsonaro, o que será um grande resultado, considerando que Huck nunca foi candidato a cargo eletivo.