Mesmo quase unanimidade entre políticos do alto escalão do Congresso e outras autoridades, a médica cardiologista Ludhmila Hajjar não deve ser indicada por Jair Bolsonaro para o Ministério da Saúde.
Ludhmila está em Brasília nesta 2ª feira (15) à espera de um novo contato de Bolsonaro. Ambos tiveram encontro ontem (14) à tarde no Alvorada –onde também estavam o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
Não houve muita sintonia na reunião de domingo. Bolsonaro defendeu sua política contra o Covid-19, falou do uso de cloroquina e dos exageros que vê em medidas restritivas à circulação de pessoas em locais mais afetados pela doença. Não é o que defende a médica. Ela deve agradecer ao possível convite (que ainda nem foi feito formalmente), mas recusar a possibilidade para ser ministra.
Será uma derrota mais direta para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se empenhou pessoalmente e em público (escreveu a respeito em seu perfil no Twitter). Esse é o 1º grande pedido de Lira a Bolsonaro depois que assumiu o comando da Casa dos deputados. Por ser um revés muito explícito, não se sabe qual será a consequência.
Também atuaram a favor de Ludhmila o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os ministros do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os 3, assim como Arthur Lira, já foram atendidos pela cardiologista.
Com a não nomeação de Ludhmila Hajjar, de uma vez, Bolsonaro se indispôs com o chefe de uma das Casas do Legislativo, com o titular da PGR e com 2 ministros do STF.
Aumenta entre as autoridades em Brasília fora do Poder Executivo a pressão para que o governo federal mude seu tom e abordagem a respeito de como conduzir as políticas públicas para debelar a pandemia de coronavírus.
Na conversa no domingo (14.mar.2021) à tarde com Ludhmila Hajjar no Palácio da Alvorada, o presidente deu a impressão de que estava recebendo a médica apenas para “cumprir tabela” e dar uma satisfação aos que a recomendaram.
Ludhmila Hajjar foi recebida por Bolsonaro e também pelo ministro que estaria para substituir, o general da ativa Eduardo Pazuello. Também estava na sala o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-S), filho do presidente.
Houve um certo constrangimento, pois Ludhmila foi a uma reunião para ouvir um convite para ser ministra e encontrou na mesma sala o general que poderia substituir.
Falou-se sobre uso de cloroquina, necessidade de lockdown e outros temas, segundo apurou o Poder360. Não houve muito acordo entre o que pensa Bolsonaro e a médica Ludhmila Hajjar. Ela ficou em Brasília e aguarda um contato do Palácio do Planalto. Não deve aceitar ser ministra.
Nomes cotados para o lugar de Pazuello
Um deles é o de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é o nome que terminou este domingo como o mais forte para substituir Pazuello na Saúde. Queiroga é um bolsonarista de raiz e agrada mais aos militantes fiéis ao presidente.
Bolsonaro tem dito que prefere não escolher um político para a Saúde. Se o presidente mudar de ideia, o nome preferido pelos seus aliados no Congresso é o do deputado dr. Luizinho (PP-RJ). O congressista é médico ortopedista com MBA executivo em saúde pela Coppead/UFRJ e pós-graduação em medicina do Esporte e do Exercício pela Unesa.