A médica Luana Araújo, que foi descartada para cargo de chefia no ministério da Saúde antes mesmo de assumir, prestará depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (2).
Ela chamou atenção dos senadores depois de ser escolhida pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga para o posto de secretária extraordinária da pasta, deixando o cargo dez dias depois sem nem mesmo ser nomeada oficialmente.
A médica infectologista foi anunciada no dia 12 de maio para o cargo, em evento oficial ao lado do ministro Queiroga. Araújo chefiaria a secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, que tem como responsabilidade propor diretrizes nacionais e ações de implementação das políticas de saúde durante a pandemia.
No dia 22 de maio, porém, o ministério da Saúde confirmou que a médica não ocuparia mais a função. Pressionado por deputados durante Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou, no dia 26, que a demissão se deu por motivos políticos, sem dar mais detalhes.
“É necessário que exista validação técnica e que exista também validação política para todos os cargos que pertencem ao núcleo de cargos de confiança do governo, porque senão não há condição do presidente da República implementar as políticas públicas que são necessárias para o enfrentamento da pandemia de Covid-19”, disse.
O ministro, porém, voltou a elogiar as qualidades técnicas de Luana Araújo. “A doutora Araújo é uma pessoa qualificada, que tem condições técnicas para qualquer função pública”, comentou. Em nota divulgada após a demissão, o ministério informou buscar por outro nome “com perfil profissional semelhante: técnico e baseado em evidências científicas”.
Depois do depoimento desta quarta, as próximas oitivas acontecerão a partir do dia 8 de junho, com a presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade Lima.