A secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (SEDES-DF) e primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, às vésperas do Dia das Mães foi entrevistada na noite desta quinta (6) no programa Brasília em Atividade, na Atividade, 107,1 FM, levado ao ar a partir das 18h. O programa é apresentado por Wiguinho e contou com a participação do jornalista Josiel Ferreira. Com foco nas mães e crianças, ela abordou o trabalho desenvolvido nos programas Criança Feliz Brasiliense e do Prato Cheio.
Este último com novidades no atendimento às famílias. Além da Casa de Passagem, que abriga e oferta cidadania para pessoas em condições de rua, entre outras ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para o social.
A SEDES-DF tem importante pauta infantil em prática. Trata-se do Programa Criança Feliz Brasiliense, que iniciou na gestão do governador Ibaneis Rocha divulgou as ações no âmbito do instrumento do estado para potencializar o desenvolvimento dos pequenos.
O foco são as crianças até os seis anos de idade, que corresponde à primeira infância. Estudos comprovam que nessa faixa etária é o momento para potencializar a parte emocional e o desenvolvimento cognitivo. “Molda a criança para ser um grande homem uma grande mulher, cidadã, cidadão. Se a gente mudar o início, a gente muda o final”, disse.
Para Mayara, que nasceu em Brasília e foi criada em Taguatinga-DF, o Estado tem que “cuidar da primeira infância porque daqui a 15, 20 anos são as pessoas que vão tocar o país”. Ela lembrou que “é fruto da escola pública”.
“Meu filho tem dois anos, o Matheus, é um bebezão. E ele precisa muito de mim. Eu poderia estar, sim, focada na infância do meu filho. Eu optei por estar trabalhando fora para outras tantas crianças que sequer eu conheço, sei o nome, o CPF da mãe. E visitando essas cidades do Distrito Federal eu me deparo com muitas mães sofridas”, disse.
Mês das Mães
Ela lembrou que no mês de maio é comemorado o Dia das Mães, na verdade o mês das mães e a grande preocupação para toda e qualquer mãe seja qual for a sua história de vida é o seu filho, que faz o que tiver que fazer para os filhos. “Quando você chega numa mãe, pobre, muito sofrida e aí vem a sociedade civil que consegue se juntar e fazer entrega de cestas básicas o estado para suprimir, com o Cartão Prato Cheio, de R$ 250 pelo menos ameniza a situação de vulnerabilidade”, ressaltou a secretária.
Novidades do Cartão Prato Cheio
O Cartão Prato Cheio atendia 32 mil famílias e agora passará a atender 35 mil famílias recebendo R$ 250. Outra novidade é que o programa era disponibilizado até três meses e a partir desta quinta (6), o governador Ibaneis Rocha divulgou que se estenderá a seis meses.
O Tudo OK Notícias perguntou para a secretária como uma pessoa que mora no Sol Nascente, Estrutural, Itapoã pode se inscrever no programa. Ela explicou que é preciso passar por uma triagem. Antes da pandemia havia filas gigantescas, as pessoas chegavam de madrugada para ficar até o começo da manhã, muitos voltavam para casa sem ter a certeza de que seriam atendidas. E, na pandemia, não pode haver aglomerações.
Contatos com SEDES-DF
As pessoas interessadas podem entrar em contato por telefone, por meio do site da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS-DF). Por telefone, é possível agendar atendimento para ir à unidade na certeza de que será atendida. No site há todas as informações, os números de telefone. Há mães que não têm computador, telefone, então toda a sociedade civil pode ajudar dispondo de aparelhos para que sejam feitos os contatos. “Todos nós podemos ajudar de alguma forma”, complementou.
Mayara relata que muitas das mães que recebiam cestas básicas, não tinham condições de comprar outros alimentos para os filhos. Com o Cartão Prato Cheio há maior independência de algumas mães, pela primeira vez, entrarem em um supermercado e escolher uma carne moída, frango, se possível comprar um iogurte.
“Estamos trazendo para essas famílias dignidade, quem é mãe, quem é pai sabe que isso é importante para o desenvolvimento das crianças”, reforçou a secretária da SEDES.
Como mãe, falo muito das nossas crianças, das nossas expectativas, mãe é algo sagrado, todas deveriam ser valorizadas. Deixo meu filho em casa com pessoas que estão cuidando dele para eu poder trabalhar em prol de tantas outras crianças.
Outro programa não menos importante sob o guarda-chuva da SEDES, é o Casa de Passagem. Essencial, para o momento de pandemia da Covid-19. É uma alternativa para as pessoas em situação de rua. Têm um local para serem acolhidas. Autoridades e cidadãos procuram a SEDES para retirar famílias, ou pessoas solitárias da rua em condições precárias de vida, em certos casos de sobrevivência. Uma equipe técnica da SEDES, após informes ou reclamações da população e autoridades, vão ao local para fazer o acolhimento. Também há casos de desocupações de imóveis para regularização do uso do solo. As pessoas têm que ir para algum lugar após as ações do GDF.
Mayara ao falar da pauta do acolhimento da SEDS, citou que a Constituição prevê que todos tenham o direito e garantia de moradia. Ela ressaltou que qualquer país do mundo tem dificuldade de dar residência para todos. Grande parte da população brasileira recebe um salário-mínimo para pagar aluguel, supermercado, água, luz e outras despesas.
O GDF, por meio da SEDES, desenvolve o programa Casa de Passagem, que já construiu três unidades. Segundo Mayara, é uma casa, em nova formatação, que oferece dignidade, com cama nova, roupas novas, toalhas novas, cozinha equipada, uma área de alimentação com refeitório, pensada para garantir a dignidade seja de família ou pessoas solteiras. Há horário para entrada para saída, exigência de higienização, as pessoas têm que andar bem-vestidas, barba bem-feita, cabelo bem cortado. A Casa onde mora família, só mora família, a Casa onde moram homens solteiros, só tem homens”
Gostaria de agradecer a população de Taguatinga que abraçou a Casa de Passagem, que está no Centro de Taguatinga, em área nobre. Lá é para homens solteiros e a população se junta e doa roupas, conversam com pessoas que passam por lá. A Casa conta com rede de saúde interligada para acompanhamento, seja psicológico ou de assistência social.
“A pessoa aceita as imposições, vai ter regras a serem seguidas. Ela fica, três, seis meses, o tempo que for necessário para sair dessa situação. Ao sair, ela terá passado por atendimento socioassistencial. Vai sair com um auxílio aluguel, com cartão do Prato Cheio e tantos outros benefícios. O Estado tem condições de assistir e acompanhar essa pessoa, de dar aquele empurrão para no dia que sair de lá possa sair das ruas com dignidade e bem tratado.”

De acordo com a secretária mais de 3 mil pessoas foram impactadas tanto nas Casas de Passagem quanto pelos alojamentos temporários. Como muitas pessoas vêm de outros estados e acabam se instalando em moradias improvisadas. Mayara detectou que muitos cidadãos vêm em busca de empregou ou tratamento de saúde e acabam ficando em condições de rua.
“Muita gente quer mudar o mundo, mas muita gente não quer mudar a si mesmo. Para ver o seu comércio sem ninguém (dormindo em frente) fazendo as suas necessidades básicas, se você não quer ver embaixo do seu bloco, de sua casa, é importante que você conheça o que é uma Casa de Passagem e tire esse pré-conceito de achar toda a população em situação de rua seriam pessoas que vieram do sistema prisional, pessoas perigosas. São pessoas que estão passando por uma situação de dificuldade”, comentou Mayara.
Ela conta, ainda que há pessoas nas ruas que são oriundas da classe média, que precisam de uma atenção. “Não adianta olharmos para uma pessoa sentada na calçada e a gente julgar ela. O grande desafio no Distrito Federal está sendo disseminar o que é uma Casa de Passagem, quais são as responsabilidades do Estado e levar o projeto Casa de Passagem para outras Regiões Administrativas.”
Solidariedade Salva
A secretária também abordou o Programa Solidariedade Salva, que promove a arrecadação de alimentos em postos vacinação contra o Covid-19, além de ter supermercados parceiros, onde as pessoas podem doar alimentos não perecíveis. Após ver um vídeo na rede social, no qual havia a ação dando certo em outra cidade do Brasil, Mayara vislumbrou oportunidade de fazer a campanha para arrecadar alimentos.
“O GDF abraçou a campanha que surgiu de iniciativa da população e hoje todos os postos de vacinação e em mais de 100 supermercados abraçaram também essa campanha no DF. São recebidas embalagens de alimentos ou cestas básicas. Se a gente se juntar, ninguém passa fome no DF”, arrematou Mayara.
Campanha do agasalho
As madrugadas estão mais frias mesmo antes de chegar junho, mês característico do inverno, Mayara aproveitou para divulgar a campanha do agasalho. As doações poderão ser entregues no Palácio do Buriti e no prédio anexo, bem como em todos os Batalhões do Corpo de Bombeiros. A campanha receberá doações até o dia 30 de junho.
Entre outras ações desenvolvidas pela SEDES-DF, a entrega de bolsa maternidade para os primeiros dias de vida de um bebê, com enxoval completo. Ela lembrou que é um projeto da atual ministra da Casa Civil, a deputada federal Flávia Arruda, quando ela era primeira-dama e foi legalizada agora, com normatização que cuida desse programa. Além de um auxílio que é pago para todas as mães.
O idoso também é alvo da SEDES. Mayara contou que fez uma visita ao hospital de base e ouviu de médicos que muitos idosos que após serem tratados são abandonados por familiares. “O que tem de idoso que está sendo abandonado dentro dos hospitais pelas famílias é um número gigantesco, as famílias não voltam para buscar, ficam abandonados lá”, disse.
Ela enfatizou que o atendimento seria da SEDES-DF, mas a própria legislação impossibilita de abraçar a causa porque envolve a área da medicina que tem cuidados especiais. “Hoje a pasta acolhe idosos que não necessitam de cuidados especiais.”
Mayara está ciente de que grande parte da população não sabe o que a SEDES faz e suas responsabilidades. “É um leque de oportunidades que devem ser aprimoradas a SEDES está toda comprometida em levar informação para a população”, disse.
“Agradeço o espaço aqui da rádio e a todos que estão aqui, foi oportuno e a população do DF é quem ganha com essa troca de informação. As vezes as pessoas dizem eu quero ajudar, eu posso até não ter dinheiro, como é que faço para ajudar. Você ajuda tendo a informação e passando para o seu João que está na calçada, no mercadinho perto da sua casa há meses ou anos, morando ali”, concluiu a secretária da SEDES-DF.
Segundo Mayara, o estado pode ajudar por meio das ações da SEDES-DF com vários programas de auxílio, inclusive em casos de dependência química e tirar o cidadão da situação de rua. Abordar e colocar em contado com a SEDES-DF é de extrema importância. Assim é possível colaborar para melhorar as condições de muitas pessoas em estado vulnerável tanto socialmente quanto economicamente.