Segundo a Susipe, a maioria dos presos morreram por asfixia no Centro de Recuperação Regional por briga entre facções
Uma rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, ocorre desde as 7h desta segunda (29), após uma briga entre facções criminosas. Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do estado (Susipe), há mais de 50 mortos e dois agentes prisionais foram feitos reféns e 19 presos decapitados, até o momento.
Após a primeira ação, o anexo foi trancado e os presos atearam fogo no espaço. Segundo a Susipe, a fumaça invadiu o anexo e há presos mortos por asfixia. O número de mortos não havia sido informado até a publicação desta matéria.
O Grupo Tático Operacional da Polícia Militar está no local. A Polícia Civil, a Promotoria e o Juizado de Altamira também estão na unidade participando das negociações para liberação dos reféns.
Palco de guerra
O secretário extraordinário para assuntos penitenciários, Jarbas Vasconcelos, afirmou que o presídio foi palco de “uma guerra entre facções criminosas”.
“Tratou-se de uma guerra de facções. Em Altamira, há uma facção local chamada Comando Classe A (CCA) e que divide o presidio com integrantes do Comando Vermelho, e que foram esses vítimas desse ato praticado pelos integrantes da organização criminosa CCA”, disse o secretário em entrevista na tarde de hoje.
A superlotação e o número baixo de agentes penitenciários para garantir a segurança do local são as causas da rebelião.
Relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a unidade abriga 343 presos do sexo masculino, mais do que o dobro da capacidade, de 163 vagas. Já os agentes penitenciários, no entanto, somam 33.
“O quantitativo de agentes no CRRALT é reduzido frente ao número de internos custodiados o qual já está em vias de ultrapassar o dobro da capacidade projetada”, diz o CNJ.
Entre os presos, 308 cumprem pena em regime fechado e outros 35 estão no semiaberto. O Centro de Altamira, no entanto, não tem área separada para abrigá-los. Por causa da situação no presídio, alguns detentos recebem autorização para dormir em casa. Com informações da Agência Estado.
Redação