O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o pai Cesar Maia, que é vereador no Rio de Janeiro estão sob investigação por suspeita de terem recebido R$ 1 milhão de caixa dois da construtora Odebrecht. Ambos foram delatados por executivos da empresa e são alvo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma delação, foi afirmado que um funcionário da construtora levou dinheiro em espécie pessoalmente a Rodrigo em um apartamento dele no Rio de Janeiro.
A delação de 77 funcionários da Odebrecht faz dois anos nesse mês. No esquema com parlamentares, segundo delatores, em troca da propina os interesses da empresa eram defendidos no Congresso Nacional.
Vale lembrar que foram abertos 83 inquéritos no Supremo. Um dos inquéritos investiga Rodrigo Maia. O pai, que é vereador no RJ é acusado em delação. Benedito Júnior, ex-executivo da Odebrecht afirmou aos procuradores que o primeiro pedido de dinheiro ocorreu em 2008.
Correspondeu a R$ 350 mil a titulo de irrigar candidaturas do DEM no Rio de Janeiro. A entrega, segundo as investigações foi combinada com João Marcos Cavalcante de Albuquerque, então chefe de gabinete de Cesar Maia, que era prefeito do Rio.
Segundo o delator, o dinheiro foi entregue pessoalmente a Rodrigo Maia em apartamento de um prédio localizado na zona sul do Rio. O deputado foi ele mesmo receber o delator na porta do apartamento que entregou a quantia e foi embora.
Já em 2010, novas remessa de dinheiro foram entregues em um escritório do deputado Maia em um edifício no Rio de Janeiro.
O valor era R$ 500 mil e destinados a caixa dois de campanha. O dinheiro do esquema passava por doleiros ou operadores financeiros. Na planilha da propina da Odebrecht ambos eram identificados por codinomes. O Cesar Maia era identificado por “Inca” e “Despota”.
Caixa dois é crime e pode ser classifica ainda como vantagem indevida. Desde fevereiro o inquérito está na Procuradoria-Geral da República.
“Botafogo”
Em planilhas da Odebrecht com detalhes de pagamentos feitos a políticos nos últimos anos, apreendidas pela Polícia Federal em 2016, o deputado é apelidado de “Botafogo”, time pelo qual torce no Rio.
Maia surgiu na delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, apontado por ter recebido doações em troca de ter atuado em favor da empresa na Câmara.
No depoimento, Melo Filho relata uma reunião com Maia para pedir o apoio dele à Medida Provisória 613, de interesse da Odebrecht.
O texto tratava, entre outras coisas, de isenções para indústria do setor químico. O documento não detalha o que exatamente foi pedido pela empresa.
No encontro, Maia pediu doação para quitar dívidas da campanha de 2012, quando concorreu a prefeito do Rio, e recebeu R$ 100 mil, segundo o relato do ex-executivo. R$ 600 mil em doações da empreiteira, segundo Cláudio Melo Filho, entre 2010 e 2013 Melo Filho e um dos 77 executivos e ex-executivos da empreiteira que tiveram as delações homologadas pelo Supremo, no fim de janeiro.
A Procuradoria-Geral da República ainda precisa avaliar contra quem pedirá investigações. Os depoimentos dos delatores estão sob sigilo, mas trechos das falas de Melo Filho vazaram para veículos de comunicação em dezembro de 2016.
Rodrigo Maia é mencionado pelo ex-executivo em uma relação de 32 nomes com quem ele dizia manter “contatos mais frequentes” para tratar de assuntos de interesse da empreiteira.
Quando a delação foi tornada pública, Maia classificou de “absurdas e irresponsáveis” as afirmações e disse que não participou de “negociação com a Odebrecht ou com qualquer outra empresa”. Ele afirmou também que todas as doações recebidas foram registradas na Justiça Eleitoral.
Cesar Maia informou, nesta quinta-feira (4), por nota que nunca recebeu da Odebrecht para campanhas e nem propina ou caixa dois. Já as assessorias de Rodrigo Maia e de João Marcos Cavalcante de Albuquerque não divulgaram notas de esclarecimentos. Com informações do portal R7.
Redação