O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ironizou a recriação da CPMF e afirmou que o governo deve dar um nome em inglês ao tributo para tentar “enrolar a sociedade”. Ele ainda reconheceu que o debate em torno da reforma tributária é importante e defendeu a desoneração da folha de pagamento. “Não será aumentando mais impostos que vamos resolver nossos problemas”, disse.
Maia participou de um seminário virtual com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (30).
O parlamentar criticou as discussões envolvendo a recriação do tributo durante sua fala no evento. “Minha crítica não é se é CPMF, se é microimposto digital, se é um nome inglês para o imposto para ficar bonito, para tentar enrolar a sociedade. Minha tese é a seguinte: nós vamos voltar à mesma equação que foi de 1996 a 2004, 9% de aumento da carga tributária”, disse.
Defendendo um “amplo debate” em torno do tema, Maia disse ser contrário a criação de qualquer imposto. “Esse aí, então, que a gente sabe que é cumulativo, que é regressivo, que faz a economia parar de crescer, esse eu sou contra também no mérito”, afirmou.
“CPMF Repaginada”
Maia ainda afirmou que vai tentar influenciar os demais parlamentares para votarem contra a proposta do governo.
“Eu não quero discutir a qualidade do imposto, estamos numa discussão de se o presidente vai mandar a proposta. Eu estou dando a minha opinião: não vai passar. Eu sou um voto, e PEC eu voto e vou votar contra. Eu jogo muito transparente na política. Aqueles poucos que influencio, vou tentar influenciar para votar contra. A sociedade não quer mais impostos”, disse o presidente da Câmara.
Maia no Roda Viva
Maia estará nesta segunda-feira (3) no programa Roda Viva da TV Cultura-SP, ao vivo, às 22h.
O Roda Viva tem como entrevistadores Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN; Denise Rothenburg, colunista de política do jornal Correio Braziliense; Jussara Soares, repórter do jornal O Estado de S. Paulo; Ranier Bragon, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo e a participação remota do cartunista Paulo Caruso.