O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, acredita que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia não se conforma com a derrota na última eleição legislativa.
“Ele estava apegado ao poder. No fundo, Maia desejava se manter como presidente da Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF), de maneira acertada, não acolheu a hipótese de reeleição. Agora, ele procura culpados e desculpas para justificar os próprios erros que ele cometeu”, afirmou o ex-prefeito de Salvador.
Ele também desmentiu a possibilidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, se filiar ao DEM.
“Nunca aconteceu nenhum tipo de conversa nesse sentido. É uma irresponsabilidade especular sobre a filiação partidária do presidente, tendo em vista que esse assunto jamais foi tratado. Rodrigo Maia muito bem sabe disso.”
Em entrevista à Jovem Pan, ACM Neto afirmou que apenas Rodrigo Maia expressou desejo de sair do partido.
“Ganhar e perder é próprio do processo político democrático. Aceitar a derrota é um ato de nobreza dos que perdem. Infelizmente, Maia não está sabendo perder e, por isso, está apequenando o papel que teve por mais de quatro anos.”
Ele confirmou que, por mais que passe a impressão de que a sigla está dividia, ela está unida — e a opinião de Maia sobre o que aconteceu no legislativo é quase isolada. ACM também defendeu que esse processo de escolha dos presidente não tem qualquer tipo de relação com a sucessão presidencial de 2022 e que ainda não é hora de pensar nisso. “Se esse tema ainda não foi abordado, não existe direcionamento partidário.”
ACM Neto elogiou o PSDB e disse que a parceria de ambas legendas é histórica, mas não confirmou uma possível chapa para 2022 com os dois partidos.
“Estivemos ao lado dos tucanos nos momentos mais difíceis, como quando Geraldo Alckmin foi candidato à Presidência e teve pouca viabilidade na disputa. Estávamos ao lado dele exatamente por coerência, por manter fidelidade aos nossos princípios. Se o PSDB criou alguma expectativa em relação a 2022 antecipadamente, o fez sem combinar conosco. O DEM e o PSDB são partidos distintos e, na hora certa, vamos saber conversar sobre a sucessão presidencial”, completou.
Em relação a uma possível filiação de Luciano Huck, o presidente do DEM afirmou que nunca foi expressado um interesse de maneira categórica — mas teceu elogios ao apresentador.
O ex-prefeito de Salvador reforçou que o Democratas não está fazendo nenhum movimento em direção à direita e afirmou que a sigla não vai aderir a base do governo.
“Jamais aceitei negociar o que quer que fosse: participação, indicação de cargo, apoio de ministro. Isso não vai acontecer. Maia sabe como eu penso e, mais do que palavras, atitudes. Não faço política preso a ideologia, a radicalismo.”
ACM também afirmou que o DEM vai defender e lutar para que as reformas sejam aprovadas ainda no primeiro semestre deste ano. “O ano de 2021 vai ser muito difícil em função dos efeitos econômicos e sociais da pandemia e só tem uma forma de atenuar: aprovando reformas. Tudo precisa avançar e o legislativo não pode ser oposição, precisa trabalhar com independência e harmonia.”