Neste domingo à noite, durante uma reunião o clima foi marcado pela tensão em Brasília . O local do encontro foi a residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A informação é do G1.
Líderes e presidentes de partidos debatiam a a mudança do apoio da legenda do deputado Baleia Rossi para Arthur Lira (Progressistas-AL).
O racha provocado na candidatura de Baleia Rossi por ACM Neto tem preço: a promessa de Jair Bolsonaro de entregar ao DEM o Ministério da Educação.
O nome na mesa hoje para o MEC é o do deputado João Roma, do Republicanos, ligadíssimo a ACM Neto, que terá carta branca para lotear toda a pasta – com exceção do FNDE, que fica com Ciro Nogueira.
O clima esquentou quando Maia afirmou que poderia colocar em votação de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
A mudança de estratégia do DEM foi comunicada pelo presidente do DEM, ACM Neto.
Segundo relatos de presentes, Neto informou a Maia e aos demais que 16 deputados do partido haviam decidido votar em Arthur Lira, candidato do presidente Bolsonaro à presidência da Câmara. Com a debandada, Baleia ficaria com apenas 15 deputados, e sua candidatura sofreria uma espécie de tiro de misericórdia, já que o DEM sairia do bloco.
Maia elevou temperatura
Maia disse que, com esse golpe provocado pelo grupo de Bolsonaro, não teria outra alternativa a não ser aceitar um dos pedidos de impeachment contra o presidente da República — um pedido de impeachment só começa a tramitar se o presidente da Câmara assim decidir, cabendo solitariamente a ele este ato.
Maia deixa o comando da Casa nesta segunda-feira (1º).
Políticos que estiveram na reunião aconselham Maia a autorizar não só um, mas todos os pedidos de impeachment que hoje estão na gaveta contra Bolsonaro.
Mas há um outro grupo de Maia defendendo que ele não aceite, que seria “casuísmo” fazer isso no apagar das luzes de sua gestão. “Não fez em dois anos, vai fazer agora no último minuto”, afirmam amigos do deputado.
Mesmo que esses pedidos não seguissem adiante, o desgaste para derrotar cada um deles seria significativo, avaliam alguns dos mais experientes políticos de Brasília.