Por Carlos Arouck
Enquanto os Estados Unidos anunciam tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula responde com marketing político, teatralidade e uma postura ideológica que ignora os prejuízos diretos à economia do país. O presidente parece mais preocupado em manter viva sua polarização eleitoral do que em proteger os interesses comerciais do Brasil.
A crise não é pequena. Trump, favorito nas pesquisas para voltar à Casa Branca, anunciou que a partir de agosto de 2025 aplicará pesadas tarifas sobre produtos estratégicos brasileiros, como suco de laranja, aço e petróleo. A resposta do governo Lula foi a pior possível: em vez de buscar diálogo técnico e diplomático, o presidente usou a situação como palco para ataques a adversários internos e para reforçar sua narrativa eleitoral.
O argumento usado por Trump de que Lula promove perseguição política contra Bolsonaro e a direita pode até parecer exagerado, mas não foi enfrentado com maturidade. Lula preferiu convocar o encarregado de negócios dos EUA e fazer discursos inflamados, como se ainda estivesse em campanha. O Brasil caminha para o isolamento comercial e diplomático no exato momento em que o mundo se reorganiza em novos blocos econômicos.
Enquanto isso, outros países do BRICS já negociam com os EUA para reduzir tarifas. Questionado pelo New York Times sobre o tema, Lula respondeu que “não sabia” dos acordos em andamento. Isso mostra despreparo.
A primeira medida do governo após o anúncio de Trump? Criar uma campanha publicitária com empresários para “buscar novos mercados”. Uma solução de fachada. Substituir os EUA no curto prazo é praticamente impossível. Nenhum outro mercado consome o volume e os tipos de produtos que exportamos para lá. Essa tentativa de parecer ativo é, na prática, só mais uma encenação para encobrir a inércia econômica.
Enquanto Lula encena embates ideológicos, o dólar dispara, a Bolsa despenca e setores produtivos já paralisam investimentos. O risco de recessão nos EUA agrava ainda mais o cenário. E o governo brasileiro continua apostando na estratégia do “nós contra eles”, tentando transformar tudo em um cabo de guerra eleitoral.
É preciso lembrar: a tarifa de 50% anunciada por Trump é paga por consumidores americanos. Quem já penaliza o brasileiro na prática é o próprio governo Lula. Os produtos dos EUA chegam aqui com carga tributária que ultrapassa 90% — somando taxa de importação (60%), ICMS, IOF, PIS/Cofins. E foi a isso que Trump se referiu, ainda que de forma enviesada.
Em vez de admitir essa distorção, Lula finge indignação. Usa a retórica para gerar apoio político interno e se posicionar como vítima de uma suposta perseguição global da “direita internacional”.
O Brasil precisa de estabilidade, de previsibilidade e de liderança séria. Em vez disso, temos um presidente mais interessado em criar inimigos imaginários do que em negociar com firmeza. Lula desperdiça tempo, energia e capital político em disputas irrelevantes, enquanto o país afunda em crise.
Se Lula quer disputar 2026, que o faça. Mas que não sacrifique o Brasil no caminho. Neste momento, o país precisa de decisões duras, realistas e centradas na economia não de discursos de palanque e passeios com Janja enquanto o comércio exterior derrete.
A pergunta continua: até quando o Brasil vai pagar o preço da obsessão de Lula com sua própria reeleição?