Presidente Lula oferece apoio e solicita adesão ao programa Pró-Catador em protesto de catadores de materiais recicláveis no DF
No dia 6 de julho, o presidente Lula manifestou sua preocupação diante do protesto realizado por catadores de materiais recicláveis no Distrito Federal, que reivindicavam condições dignas de trabalho. Lula entrou em contato com a governadora em exercício, Celina Leão (PP), e ofereceu o apoio do governo federal na resolução da situação.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), Márcio Macêdo, também entrou em contato com Celina Leão para tratar do assunto. A SGPR é responsável pela coordenação do Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadoras e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC). No dia seguinte, em uma reunião no Palácio do Buriti, Celina Leão se encontrou com representantes das cooperativas de catadores e solicitou que a SGPR envie um ofício requisitando a adesão do Distrito Federal ao programa Pró-Catador. Esse programa é um guarda-chuva que visa contemplar ações e projetos para promover a inclusão socioeconômica dos trabalhadores da área.
Durante a reunião, a secretária-executiva adjunta da SGPR, Tânia Oliveira, reforçou o apoio do governo aos catadores e ressaltou que a problemática enfrentada por eles não se limita ao Distrito Federal. Ela mencionou as dificuldades que os trabalhadores estão enfrentando para realizar suas atividades. Diante da situação, Celina Leão determinou a criação de um grupo de trabalho para analisar a situação e as demandas dos catadores. O chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, será responsável por coordenar os trabalhos. O deputado distrital Gabriel Magno (PT) também participou das negociações.
Segundo os catadores, além da baixa remuneração, as cooperativas estão endividadas e os custos de manutenção dos galpões estão se tornando impossíveis de serem pagos. Atualmente, o contrato com o GDF e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) prevê que cada tonelada de material reciclável seja remunerada com R$ 304. No entanto, os trabalhadores estão reivindicando um aumento para R$ 600 por cada mil quilos, o que possibilitaria o pagamento de um salário mínimo para cada trabalhador.
As cooperativas atualmente pagam um custo mensal de R$ 290 mil pelo complexo de triagem, mas os catadores afirmam que o GDF havia prometido arcar com essa despesa quando o Lixão da Estrutural foi fechado. Segundo os cálculos dos trabalhadores, a categoria acumula uma dívida de R$ 800 mil. Estima-se que cerca de mil catadores, divididos em 22 cooperativas, atuem na região da Estrutural. No protesto, aproximadamente 300 integrantes de 15 instituições participaram das manifestações em busca de melhores condições de trabalho.