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Presidente se irrita com divulgação de fala sobre redes sociais e elogia atuação da primeira-dama em reunião com líder chinês
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou irritação nesta quarta-feira (14) com o vazamento do conteúdo de uma conversa confidencial mantida com o presidente da China, Xi Jinping. O encontro, que contou com a presença de ministros e parlamentares, teria incluído uma intervenção da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, sobre os impactos das redes sociais, especialmente o TikTok, no Brasil.
Segundo Lula, a iniciativa de abordar o tema partiu dele, ao pedir a Xi Jinping o envio de um representante ao Brasil para discutir o funcionamento das plataformas digitais. “E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças. Foi só isso”, relatou. “A pergunta foi minha. Eu não me senti nenhum pouco incomodado. O fato da minha mulher pedir a palavra é porque minha mulher não é cidadã de segunda classe. Ela entende mais de direito digital do que eu e resolveu falar”, afirmou o presidente.
Lula também criticou o vazamento da informação, ressaltando que o jantar com Xi era reservado. “A primeira coisa que eu acho estranho é como essa pergunta chegou à imprensa, porque só estavam meus ministros lá, o [Davi] Alcolumbre [presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado] e o Elmar [Nascimento, 2º vice-presidente da Câmara]. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que teve num jantar, que era uma coisa muito confidencial e muito pessoal”, lamentou.
Reportagem do g1 revelou que a primeira-dama teria protagonizado um “climão” ao comentar que o algoritmo do TikTok favoreceria discursos da direita no Brasil. Ainda de acordo com membros da comitiva brasileira, Janja também teria classificado os efeitos da rede social chinesa como “nocivos” ao país.
Sobre a resposta de Xi Jinping, Lula afirmou que o líder chinês reconheceu o direito do Brasil de buscar uma regulamentação. “Ainda bem que estava o Elmar, em nome da Câmara, e o Davi, que sabem que nós temos que regulamentar [as redes sociais]. Não é possível a gente continuar com as redes digitais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter capacidade de fazer uma regulamentação”, concluiu Lula.
