Lexa está cheia de planos. Gerenciando a própria carreira aos 22 anos, a cantora tem promovido uma série de novidades para os fãs. Uma das surpresas é o clipe Foco Certo, que foi gravado nos EUA, com o diretor SmithHouse, conhecido por trabalhar com Demi Lovato. A música será lançada depois do Carnaval de 2018.
— Eu gosto de fornecer conteúdos diferentes para os fãs. Essa canção fala de perseverança, motivação e vitória. Eu gravei o vídeo em Los Angeles, porque é um lugar onde as pessoas vão atrás de um sonho [a cidade é lar de estrelas do cinema e música].
Audaciosa, a diva mostra que o funk carioca vive uma nova fase.
— Evoluimos. É só lembrar que o funk toca na rádio, coisa que não acontecia no passado. Hoje, temos um cuidado maior na produção, pois as pessoas estão respeitando nosso trabalho. Antes, tinha algo mais limitado até no ritmo, mas agora crescemos musicalmente e temos visibilidade nacional.
Mas a jovem cantora avisa que a vida não é só trabalho. Lexa vai subir ao altar com MC Guimê no dia 22 de maio do ano que vem.
— O “coração” também está ótimo, graças a Deus. Finalmente vou casar. [risos] E o vestido de noiva do Israel Valentim [renomado estilista] está quase pronto. A festa acontecerá em São Paulo, só não sei exatamente como será o evento. São tantos amigos e, ainda por cima, músicos… isso vai virar um grande karaokê! [risos] Agora, ter filhos só daqui há uns seis anos, porque isso “segura” o trabalho. No momento, estou focada na minha carreira.
Funkeira
— Eu não curto ser resumida apenas como uma funkeira, pois meu som tem influência de vários estilos. Tem gente que se surpreende quando eu mostro versatilidade musical. É que as pessoas adoram rotular tudo e isso é uma bobagem. Eu adoro fazer música para dançar, mas não é só diversão… Trago conteúdo e criatividade no que eu gravo, justamente para passar uma mensagem e ainda fazer arte. Porém, claro, eu tenho uma alma funk! [risos]
Lexa
Discriminação
— Ainda tem muito preconceito quando se fala de funk. E isso é um absurdo, pois temos outras coisas muito mais importantes para se preocupar no País. Tem gente que ainda olha torto pro estilo… não vê o estilo como música e até uma profissão. As pessoas tem que entender que é uma vida muito difícil até chegarmos ao sucesso. Além disso, o funk gera muita alegria e empregos. Famílias dependem disso para viver.
Palavrões
— Eu não toco funk proibidão nos meus shows, mas não descrimino quem faz isso. É só porque não tem nada a ver comigo. E, quem não quiser ouvir isso, é só não procurar. Ninguém é obrigado a nada.
Roqueira
— Eu adoro rock! Já ouvi muito Guns N´Roses, principalmente, Sweet Child O’ Mine. Inclusive, fui ao show deles no Brasil, onde até peguei a palheta jogada pelo Slash. E seria um sonho fazer um dueto com o Axl! [risos] Outra banda que eu amo é Bon Jovi. Eu tinha 12 anos quando ouvi pela primeira vez o grupo e pirei! Falei: “Olha esse cara!”[risos]
Lexa
Empresária
— Pela primeira vez, eu estou tomando as “rédeas” das coisas. Eu quero que os fãs conheçam realmente quem eu sou como artista, compositora e musicista [Lexa toca piano desde criança]. É para deixar o trabalho com a minha cara. No dia a dia, eu faço planejamento de tudo, discuto e analiso cada detalhe. Amo acordar cedo e ver quais serão os próximos passos da minha carreira. E eu tenho uma agenda com todas as ideias. Por exemplo, eu decidi que eu iria ter algo novo para fazer todos os dias de dezembro. Daí, montamos uma linha de produção muito grande. Eu venho com o conceito e a equipe me diz até onde podemos chegar.
Darlin Ferrattry, a mãe funkeira
— Sou funkeira desde que eu estava na barriga da minha mãe. [risos] Ela tem 38 anos, mas me teve com 16… Então, a Darlin é nova, gosta de funk há muito tempo. Ela colocava a filhinha para cantar Claudinho e Buchecha. [risos] E foi uma pessoa que me apoiou quando eu larguei a faculdade de adminstração para virar cantora. Hoje, minha mãe trabalha comigo.
Anitta
— Na época que eu comecei, o funk era dominado por homens. Foi a Anitta que deu uma reviravolta nisso. O sucesso do Show das Poderosas (2013) foi muito importante para nós cantoras, porque ajudou no empoderamento das mulheres. Antes disso, ainda éramos muito rotuladas como MCs (Ludmilla era MC Beyoncé). E eu não sabia rimar nada, nunca fui MC, pois meu caminho era o funk melody. Não foi fácil esse começo, onde muitas pessoas não acreditaram em mim. Mas eu mantive a fé e tudo aconteceu.