“Kits Covid” aumentam mortes, dizem chefes de UTIs

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Os remédios do chamado ‘tratamento precoce’ ou ‘kit Covid’ contribuem para aumentar as mortes no Brasil, segundo chefes de UTIs. A reportagem é da BBC Brasil.

Entre os medicamentos defendidos por Bolsonaro e bolsonaristas para uso contra a Covid estão a hidroxicloroquina, a azitromicina e a ivermectina. Todos foram desenvolvidos para combater outras doenças.

A fabricante da ivermectina, a Merck, disse em fevereiro não haver evidências de que o remédio funcione contra a Covid. Essa também foi a conclusão de um estudo científico recente.

“A preocupação maior é com os 15% que desenvolvem forma grave da doença e acabam vindo para a UTI. É nesses pacientes que os efeitos adversos dessas drogas ocorrem com mais frequência e esses efeitos podem, sim, ter impacto na sobrevida, disse o médico intensivista Ederlon Rezende, coordenador da UTI do Hospital do Servidor Público do Estado, em São Paulo.

Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, acrescentou: “Alguns prefeitos distribuíram saquinho com o ‘kit Covid’. As pessoas mais crédulas achavam que tomando aquilo não iam pegar Covid nunca e demoravam para procurar assistência quando ficavam doentes”.

Esses remédios não ajudam, não impedem o quadro de intubação, e trazem efeitos colaterais, como hepatite, problema renal, mais infecções bacterianas, diarreia, gastrite. E a interação entre esses medicamentos pode ser perigosa”, disse a pneumologista Carmen Valente Barbas, que atua no Hospital das Clínicas e no Albert Einstein, em São Paulo.

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