Por Carlos Arouck
Kamala Harris é a primeira mulher e a primeira pessoa de ascendência negra e sul-asiática a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos, marcando um marco histórico ao lado do presidente Joe Biden. Nascida em 20 de outubro de 1964, em Oakland, Califórnia, Harris é filha de imigrantes – mãe indiana e pai jamaicano. Com uma formação sólida, estudou na Universidade Howard e formou-se em Direito pela Universidade da Califórnia, em Hastings, iniciando uma carreira na área jurídica. Sua ascensão política começou como promotora e culminou no cargo de Procuradora-Geral da Califórnia, que ocupou de 2011 a 2017.
Em 2016, Harris foi eleita senadora pela Califórnia e tornou-se conhecida por suas fortes intervenções em sessões de comitê e defesa de pautas progressistas, como a reforma da justiça criminal e a ampliação do acesso à saúde. Esse desempenho no Senado a impulsionou a lançar uma candidatura presidencial em 2019 para as eleições de 2020. No entanto, após dificuldades em obter apoio financeiro, Harris retirou-se da corrida ainda durante as primárias, em dezembro do mesmo ano.
Apesar da retirada precoce, das primárias do partido Democrata em agosto de 2020, Joe Biden escolheu Harris como sua vice na sua chapa. Após a vitória, sua chegada à vice-presidência foi celebrada como um avanço histórico. No entanto, sua atuação no cargo tem sido motivo de debates. Críticos apontam uma aparente falta de conquistas concretas, e sua postura em entrevistas e aparições públicas, como uma mencionada pela CNN como “vexatória”, tem gerado discussões. As críticas à sua atuação refletem um sentimento de parte do seu eleitorado, especialmente aqueles que acreditam que Harris foi “imposta” ao público ao evitar o processo completo das primárias.
Apesar do marco histórico de sua vice-presidência, Harris enfrentou desafios em consolidar sua imagem junto ao público. Em algumas entrevistas, como em sua participação no programa The View e em canais de notícias como a CNN, Harris foi criticada por evitar respostas diretas em questões complexas, como imigração e segurança nas fronteiras. A falta de clareza nessas ocasiões gerou percepções de evasão e falta de preparo para lidar com temas delicados, o que alimentou críticas de que sua comunicação pode, por vezes, ser inconsistente.
Esse cenário tem fomentado um movimento entre alguns eleitores desiludidos do centro e da esquerda moderada, que veem em Donald Trump uma alternativa, apesar de suas controvérsias. Entre as razões estão a percepção de que a atual administração tem atacado empresas consideradas representativas da “engenhosidade americana”, como SpaceX e Tesla, e o fato de que Trump obteve a candidatura por meio das primárias, em contraste com o processo que levou Harris ao cargo de vice-presidente. Esses eleitores, que historicamente têm participado ativamente das eleições, demonstram estar reconsiderando suas escolhas, refletindo sobre dinâmicas políticas atuais.