Militares estão proibidos de se manifestar no Sete de Setembro, diz MP

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

 

 

 

Policiais militares da ativa do Distrito Federal estão proibidos de participar de manifestações no Sete de Setembro

A recomendação foi feita pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e define que membros das forças de segurança não podem ir a atos mesmo à paisana.

Quem descumprir a medida poderá ser punido administrativamente ou de forma criminal — a depender da conduta.

O promotor Flávio Milhomem, que atua na Justiça Militar do MPDFT, afirma que o policial militar da ativa não se enquadra na garantia de manifestação do livre pensamento pelo acesso à armas de fogo da função. “Não se pode equiparar ao cidadão comum”, pontua.

“A recomendação foi que fosse estritamente proibida a participação de policiais militares em manifestações políticas no próximo 7 de setembro”, afirma o promotor.

Milhomem explica que os policiais militares foram chamados para atuar em “estado de prontidão e de pronto emprego”, caso haja necessidade de trabalho como força de segurança nos protestos e em outras regiões do Distrito Federal. O promotor também destaca que se algum policial for identificado no protesto, tanto o militar quanto o superior poderão responder pela ação.

“A participação voluntária do policial da ativa à paisana, a partir do momento que é identificado, terá a sua responsabilidade pela prática de uma infração disciplinar devidamente apurada”, explica. “O superior igualmente poderá ser responsabilizado por omissão”, completa.

A orientação desta 5ª feira (2.set) reforça a decisão da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou os dois pedidos de salvo-conduto — autorização para livre circulação — de dois policiais que gostariam de participar das manifestações do Sete de Setembro sem risco de restrições. No entender da magistrada, o pedido não se aplica à categoria.

“Não corresponde, por sua vez, ao direito de ir e vir, e por outro lado, os policiais também não podem sustentar a inconstitucionalidade de normas porque lhes falta legitimidade para tanto”, comenta Milhomem sobre a decisão da magistrada.

Possíveis punições

Segundo o promotor, existem duas restrições aos militares que optarem por descumprir a recomendação. A primeira etapa seria uma falta disciplinar, de natureza administrativa. “Esse policial pode ser punido em âmbito interno na polícia militar por ter violado o regulamento a que a ele é aplicado.”

Em segundo caso, a depender da conduta, é possível a abertura de um inquérito policial: “Nesse caso, haverá instauração do inquérito policial militar por parte da corregedoria. Caso haja omissão, o próprio ministério público pode instaurar o procedimento de investigação criminal”.

Sete de Setembro

Os dois principais protestos aguardados para o Sete de Setembro são em Brasília e em São Paulo. A presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é esperada nos dois locais. Procuradas, as Secretarias de Segurança Pública reforçaram ações para que os atos ocorram de forma pacífica.

Em São Paulo, a SSP reforçou que os policiais militares da ativa são proibidos de participar de quaisquer eventos de caráter político-partidário. “Toda e qualquer denúncia de descumprimento das normas vigentes são rigorosamente apuradas e punidas, se confirmadas”, diz trecho de nota encaminhada à reportagem.

No Distrito Federal, a secretaria local disse estar elaborando um projeto para as manifestações previstas, e que as medidas adotadas pela pasta obedecem à legislação, “que visa assegurar o direito de manifestação e de reunião, a ordem pública e a segurança e integridade dos manifestantes e do patrimônio público”.

“Ninguém precisa temer”

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do Sete de Setembro e reforçou que participará dos atos. O chefe do Executivo citou o “direito de ir e vir” e liberdade de expressão, afirmando que manifestação vai de acordo com a democracia.

As declarações foram em resposta ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que também nesta 5ª questionou os atos. O magistrado disse que o pensamento democrático traz consigo debates e discordâncias, além da necessidade de pacificidade dos atos.

 

Mais lidas

Toffoli confirma presença de diretor do BC...
Bolsonaro fará novo procedimento para cont...
Avião de pequeno porte cai na orla de Copa...
...