Decisão da desembargadora Lucimeire Maria da Silva determina suspensão imediata da paralisação, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão ao sindicato
A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal, convocada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), foi declarada abusiva pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). A decisão, proferida pela desembargadora Lucimeire Maria da Silva, da 1ª Câmara Cível, representa um duro golpe à legitimidade do movimento, que já começa a segunda-feira, 2 de junho, em meio a polêmicas e fortes críticas por sua motivação financeira e falta de diálogo prévio com o governo.
A magistrada determinou que o sindicato adote providências imediatas para sustar a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. Além disso, autorizou o corte do ponto dos profissionais que insistirem em desrespeitar a ordem judicial, reforçando a gravidade do descompasso entre o movimento sindical e os limites legais.
De acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), o movimento grevista foi deflagrado sem o esgotamento das vias de negociação extrajudicial e tem como objetivo exclusivo a obtenção de um novo reajuste salarial. Tal conduta, segundo o Executivo local, ignora a concessão já prevista por lei — o reajuste aprovado pela Lei Distrital nº 7.253/2023, com implementação marcada para 1º de julho de 2025.
O GDF também destacou que a situação fiscal do Distrito Federal impede a concessão de qualquer nova vantagem salarial, uma vez que os gastos já ultrapassaram o teto fiscal estabelecido. Ao insistirem em uma paralisação que afronta a lei e prejudica milhares de estudantes, os líderes sindicais demonstram descaso com o interesse público e priorizam demandas corporativas em detrimento da educação.
A decisão da Justiça escancara a fragilidade dos argumentos do Sinpro-DF e aponta para um uso indevido da greve como ferramenta de pressão política, desconsiderando os impactos pedagógicos e sociais da interrupção das aulas. Em vez de priorizar o diálogo institucional e a responsabilidade com a população, o sindicato optou pela radicalização — uma escolha que pode custar caro, literalmente e simbolicamente, à categoria.
A reportagem procurou o Sinpro na manhã desta segunda-feira, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.