Michel Temer e Coronel Lima ficaram calados durante depoimento nesta sexta-feira (22) na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
O julgamento do habeas corpus da defesa do ex-presidente Michel Temer (MDB), preso pela Lava Jato, será na próxima quarta-feira (27). O desembargador Antonio Ivan Athié, da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), nesta sexta-feira (22), foi o autor do despacho.
Ele deu prazo de 24 horas para que juiz Marcelo Bretas informe se manterá a decisão após conhecer os pontos questionados pela defesa do ex-presidente.
A ideia do desembargador foi buscar uma decisão colegiada do TRF-2, no qual há mais dois desembargadores. Vale lembrar que Athié poderia dar um veredicto sem consultar seus pares.
A mesma atitude foi tomada em relação ao ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco (MDB) também preso na Lava Jato. Ou seja, Athié pediu para Bretas se pronunciar quanto à prisão de Moreira Franco, se mantém ou não a posição.
40 anos de pilhagem
Preso, preventivamente – sem previsão de soltura –, na manhã desta quinta-feira (21), Temer sob mandado expedido pelo juiz federal Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro terá que se defender de vários crimes. A suspeita é de que Temer teria recebido propina no valor de R$ 1,1 milhão por meio de contrato com a Eletronuclear que construiu a usina atômica Angra 3. Além disso, está enquadrado por organização criminosa.
Em uma tabela na petição enviada ao juiz Marcelo Bretas, o MPF lista as diversas suspeitas que já foram levantadas sobre o ex-presidente, incluindo 720 milhões de reais que ele receberia, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), do empresário Joesley Batista, em parcelas semanais de R$ 500 mil durante trinta anos. O total de movimento de dinheiro na organização criminosa chega a R$ 1,8 bilhão ao longo de 40 anos, segundo investigações da Lava Jato.
A Lava Jato pediu a prisão de Temer porque as investigações indicaram “existência de uma organização criminosa em plena operação, envolvida em atos concretos de clara gravidade”.
Temer e Coronel calados
Nesta sexta-feira (22), em depoimento, na PF do Rio de Janeiro, tanto Temer quanto o Coronel Lima optaram por ficar calados. Já Moreira Franco abriu o bico, mas não se tem informações quanto ao conteúdo do depoimento, além é claro negar qualquer envolvimento, até o momento.
Redação