Jornalista, hoje o dia é seu

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African Male Journalist Preparing Questions For Press Conference

Todo jornalista deve possuir formação técnica, ética e crítica para exercer a profissão com responsabilidade

 

Por Simone Salles

 

O Dia do Jornalista, celebrado em 7 de abril, é uma data tradicionalmente dedicada à busca da valorização de todos aqueles que se dedicam ao trabalho de informar. As transformações da profissão nesses últimos anos foram acompanhadas por desafios crescentes, mas também por novas oportunidades e os jornalistas se reinventaram. Em tempos de inteligência artificial, de interatividade e customização de conteúdo, quando a notícia ganha ainda mais instantaneidade, os antigos jornais impressos, as emissoras de televisão e as rádios ganharam a concorrência de difusores de conteúdo  como os websites, as redes sociais, os blogs, os podcasts.

Nesse cenário, pode causar surpresa a revelação de recente pesquisa sobre a credibilidade das mídias atuais de que o rádio e a TV são os meios de comunicação mais confiáveis junto à população. O rádio lidera o ranking, com 81% de confiança e 47% de frequência de acesso; seguido pela TV fechada, com 75% de credibilidade e 52% de frequência de acesso; e pela mídia impressa, com 68% de credibilidade e 41% de frequência de acesso. Embora o público acesse as redes sociais e os aplicativos de mensagem com mais frequência, as informações recebidas detém apenas a confiança de 41% e 51% dos participantes, respectivamente.

Hoje, ainda são muitas as bandeiras defendidas pela categoria. Entre elas, a regulamentação do exercício jornalístico. Desde que a exigência do diploma para o exercício do jornalismo foi instituída em 1969 até sua revogação pelo Supremo Tribunal Federal em 2009, a obrigatoriedade da formação específica jamais impediu ou limitou o direito à liberdade de expressão ou o acesso à profissão. Representa uma exigência de qualificação para o exercício de uma atividade essencial à democracia: informar com responsabilidade.

Exigir formação superior em jornalismo não configura reserva de mercado, mas sim um compromisso com a qualidade do conteúdo que chega ao público. Assim como outras profissões – medicina, engenharia e direito – exigem formação técnica para garantir a segurança e o bem-estar da população, o jornalismo também precisa de profissionais capacitados para cumprir seu papel social. O impacto da informação jornalística pode não ser imediato como em outras áreas, mas é profundo: influencia opiniões, molda comportamentos e interfere diretamente nas decisões políticas e sociais.

A formação universitária em jornalismo vai além do domínio da escrita. Ela desenvolve o raciocínio crítico, o conhecimento das leis, o domínio das técnicas de apuração, entrevista, edição e, principalmente, uma sólida base ética. São esses elementos que distinguem o jornalismo da simples produção de conteúdo. Hoje, em meio à avalanche de informações e à proliferação de fake news, é mais necessário do que nunca reconhecer o que é jornalismo profissional e diferenciar esse trabalho de outros tipos de comunicação digital.

É claro que o diploma não é garantia absoluta contra falhas ou abusos, mas sua ausência amplia o risco de práticas inadequadas e compromete a credibilidade da informação. A valorização do diploma de Jornalismo é, portanto, uma forma de proteger a sociedade, assegurar um jornalismo de qualidade e fortalecer a democracia. Afinal, informar bem é um dever — e para cumpri-lo, é preciso preparo.

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