Jornalismo não é fofoca

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Por Miguel Lucena

Em tempos de redes sociais inflamadas, em que qualquer boato vira “notícia” antes mesmo de ser checado, o ofício do jornalista exige mais do que urgência: exige responsabilidade. Hoje, no Dia do Jornalista, vale lembrar que jornalismo não é fofoca — e que não se faz jornalismo com achismos.

Ser jornalista é, antes de tudo, um compromisso com a verdade factual. É ouvir todos os lados, apurar com rigor, checar cada dado e só então transformar a informação em texto, vídeo, som ou imagem. A notícia não nasce pronta — ela é construída, tijolo por tijolo, com base na ética e na paciência de quem sabe que cada palavra publicada carrega consequências.

A fofoca, ao contrário, dispensa provas. Vive de insinuações, suposições, frases pinçadas no ar. E quando se disfarça de jornalismo, contamina o debate público, confunde a opinião com o fato, transforma a imprensa em espetáculo. O jornalista não pode se prestar a esse papel.

Há quem pense que basta ter uma câmera na mão ou uma conta com muitos seguidores para ser jornalista. Mas jornalismo não é viral, é veraz. Não é sobre ser o primeiro a divulgar, mas o mais fiel ao que aconteceu. E isso dá trabalho. Requer estudo, ética e coragem — principalmente a coragem de contrariar interesses e dizer o que precisa ser dito, ainda que doa.

Neste dia 7 de abril, é bom lembrar que jornalismo sério continua sendo essencial à democracia. Que a imprensa livre é um pilar que sustenta o debate público saudável. E que o bom jornalista, ainda que em tempos de ruído, escolhe o silêncio da apuração antes do barulho da manchete fácil.

Porque jornalismo não é fofoca. E nunca será.

Mais lidas

Pesquisa de expectativa indica aumento de ...
Rafael Prudente propõe avanços para autist...
Mengão segura Gerson por mais 5 anos
...