Janja fala sobre ódio e amor em ato simbólico, sem cargo oficial no governo
Sem ocupar oficialmente qualquer cargo ou função pública no governo federal, a primeira-dama Janja, que possui até um gabinete no Palácio do Planalto, foi escolhida para discursar na abertura do ato simbólico que recorda a quebradeira em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro de 2023.
Em seu discurso, Janja iniciou destacando um suposto momento de esperança vivido no dia 1º de janeiro de 2023, em referência à posse de seu marido, o presidente Lula. “No dia 1º de janeiro de 2023, vivíamos um momento histórico de esperança e de novos tempos. Vibrávamos porque o amor tinha vencido o ódio. Uma semana depois, o ódio ocupou esse espaço, tentando sufocar a esperança”, afirmou.
Apelos a temas sensíveis
A primeira-dama não poupou críticas ao que classificou como ações e falas fascistas. “O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos, que continua estimulando falas fascistas e autoritárias. Para isso, a nossa resposta é união, a solidariedade e o amor“, disse.
Além disso, Janja aproveitou a ocasião para associar sua fala ao filme “Ainda Estou Aqui”, que recentemente rendeu o Globo de Ouro à atriz Fernanda Torres. “Não houve momento da história em que ações autoritárias aconteceram sem que nossos artistas levantassem a voz em defesa da democracia. Os artistas brasileiros projetam aquilo que o nosso país tem de melhor: sua gente e sua inventividade transformadora e inovadora“, completou.
Em seguida, a primeira-dama elogiou a conquista de Fernanda Torres, que recebeu uma premiação importante por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, no qual representa uma mulher histórica, Eunice Paiva. Segundo Janja, o filme “relembra uma parte triste e obscura da nossa história. Mas uma parte que não podemos esquecer”.
O discurso gerou controvérsias, especialmente pela ausência de um cargo oficial de Janja no governo e pelo tom político e emocional de suas palavras.