Planeta em Alerta: 2025 começa com Quebra de Recordes Climáticos com Calor Extremo e Gelo em Colapso
Por Simone Salles
Em janeiro de 2025, a temperatura média global atingiu 1,75°C acima dos níveis pré-industriais, conforme dados divulgados em 7 de fevereiro pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia. Este aumento reforça a tendência contínua de aquecimento global observada nos últimos anos.
O período de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025 já havia sido registrado como o mais quente da história, com uma média de 1,6°C acima do período pré-industrial. Este foi o primeiro ano em que a temperatura média global anual ultrapassou o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Na Europa, as temperaturas de janeiro foram 2,51°C superiores à média histórica, com elevações mais acentuadas no sul e leste do continente.
O aquecimento global está associado ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente devido às atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis. Em 2024, as concentrações de dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄) atingiram níveis recordes, com 422,1 ppm e 1.897 ppb, respectivamente.
Além das temperaturas elevadas, 2024 foi marcado por eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, inundações e incêndios florestais em diversas regiões do mundo. A extensão do gelo marinho na Antártica e no Ártico também atingiu níveis historicamente baixos, indicando mudanças significativas nos padrões climáticos globais.
Anomalias térmicas foram observadas em diversas regiões:
- Oeste da Rússia e Canadá: registraram as maiores anomalias positivas de temperatura.
- Reino Unido, Islândia, leste dos Estados Unidos e extremo oriente russo: apresentaram temperaturas abaixo da média.
Mais eventos climáticos extremos marcaram o mês. Em Valência, Espanha, a temperatura atingiu 26,9°C em 27 de janeiro, estabelecendo um novo recorde para o mês e superando uma marca de 150 anos.
O ano de 2025 começou, ainda, com precipitações acima da média em grande parte da Europa Ocidental, resultando em um início de ano mais úmido do que o habitual na região. Também o Ártico registrou, para o mês de janeiro, a menor cobertura de gelo marinho já observada, evidenciando o impacto contínuo do aquecimento global no derretimento das calotas polares.
Especialistas alertam que esses dados ressaltam a urgência de ações globais para mitigar as mudanças climáticas e suas consequências adversas. A manutenção das tendências atuais pode levar a impactos ambientais, sociais e econômicos severos, afetando ecossistemas e comunidades em todo o planeta.
O Serviço Copernicus enfatiza a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e de implementar políticas que promovam a sustentabilidade ambiental, visando limitar o aquecimento global e seus efeitos adversos.