Alegações e confissões: Desdobramentos da invasão ao CNJ
A Polícia Federal (PF) encerrou a investigação sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o indiciamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti. Eles enfrentam acusações de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
De acordo com o relatório final da PF, documentos encontrados com Zambelli correspondem, total ou parcialmente, aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ, sugerindo sua participação no ataque.
A defesa de Zambelli negou qualquer envolvimento da deputada na solicitação da invasão, destacando que não houve repasse de documentos ou valores. Já o advogado de Delgatti afirmou que o indiciamento era esperado, uma vez que ele confessou sua participação e colaborou com a identificação da mandante do ataque.
Entre os documentos falsos inseridos no sistema do CNJ estava um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e uma ordem de quebra de sigilo bancário do ministro. A PF concluiu que o objetivo do ataque era minar a credibilidade do Poder Judiciário. Além disso, foi revelado que Zambelli solicitou informações sobre Moraes a Delgatti, alegando que sua mãe queria enviar uma carta ao magistrado.
Delgatti admitiu ter recebido cerca de R$ 40 mil para tentar invadir os sistemas do Judiciário, parte desse valor foi transferido por um ex-assessor de Zambelli. No entanto, a PF constatou que parte dos pagamentos foi destinada à compra de bebidas alcoólicas, resultando no indiciamento adicional por denunciação caluniosa.
Com a conclusão do inquérito, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia contra os envolvidos. Delgatti permanece preso preventivamente, enquanto a defesa de Zambelli busca sua liberdade após o término das investigações.