Por Jade Lourenção
A incontinência urinária é um tormento para muitas de nós. De 30% da população afetada pela condição, 68% são mulheres, afirma uma pesquisa realizada pelo IPEC (Inteligência e Pesquisa e Consultoria).
Além dos danos físicos causados pela incontinência urinária, as mulheres podem sofrer mentalmente, tendo até sua feminilidade afetada pelo problema, como explica a psicóloga Ana Claudia Delmaschio, da Associação Brasileira pela Continência BC Stuart. “Embora a incontinência urinária (IU) não traga um risco iminente à vida, suas consequências podem ser drásticas e uma grande ameaça à autoestima das mulheres, apresentando sentimentos como estresse, impaciência, depressão, ansiedade e vergonha.”
O que surpreende mais na pesquisa é que 69% dos brasileiros não sabem que qualquer tipo de perda urinária já é considerada incontinência. Das mulheres com incontinência apresentadas pela pesquisa, 20% afirmam que a doença começou durante ou após a gravidez, 15% após ou durante a menopausa e 15% na terceira idade.
Para evitar constrangimentos, é comum que essas mulheres se isolem da sociedade. 61% dos entrevistados entendem que as perdas urinárias têm um grande impacto na escolha da pessoa evitar sair de casa, e 77% afirmam que não frequentariam locais que não houvesse banheiros próximos se tivessem IU.
O impacto dessa condição é tão grande que muitas das mulheres com o problema têm medo até de perder o emprego por causa das idas ao banheiro para evitar acidentes. “É importante lembrar que a vida profissional também pode sofrer impacto, sendo comum o relato entre as mulheres incontinentes quanto ao medo de perder o emprego em função das constantes interrupções para ir ao toalete, dificuldade de deslocamento em trechos mais longos, dificuldade em poder fazer algum esforço físico que acarrete o escape de urina”, completa Ana Claudia.
Das entrevistadas, 19% afirmam que evitariam ter relações com o parceiro por causa da incontinência, além de demonstrarem bastante irritabilidade, cansaço, baixa autoestima, ansiedade e depressão.
“Essas mulheres que perdem urina precisam receber informações para entenderem o que acontece com elas e consequentemente quais são as possibilidades de tratamento e o que se encaixa melhor no seu caso. Isso reafirma a importância de promovermos campanhas de conscientização sobre o que é, quais os tipos e como tratar as incontinências urinárias, evitando dessa forma que tantas mulheres desenvolvam quadros mais graves de IU levando-as a desencadear problemas emocionais”, adiciona a psicóloga.
Diagnóstico e tratamento
Perder urina não é normal, apesar de muitas pessoas acharem que é comum ou decorrente da idade. “Essa ideia é absolutamente errada, incontinência urinária tem tratamento e quanto mais cedo buscarmos ajuda maiores as chances de cura”, explica Ana.
“Precisamos entender que os produtos disponíveis no mercado são de extrema importância para o manejo diário do problema e certamente terão grande serventia durante o tratamento e melhora do quadro, principalmente, por serem produtos específicos e que se preocupam em ter uma boa absorção, deixando a mulher mais confiante e segura durante as suas atividades diárias”, diz.