Por Miguel Lucena
Carla Zambelli carrega o vírus da ilusão que, em alguma fase da vida, já contaminou muitos de nós. Movida por uma fé cega e voluntarista, tomou decisões impulsivas — não apenas por desejo de protagonismo, mas por acreditar estar prestando um grande serviço ao Brasil ou a seus líderes.
O problema é que, quando estamos iludidos, agimos com pressa, achando que estamos construindo uma ponte para o futuro, quando, na verdade, estamos cavando o próprio buraco. Imaginamos que seremos ovacionados, transformados em heróis. No entanto, o que nos falta são justamente as informações que circulam nas cúpulas, nos bastidores que nunca nos convidaram a frequentar.
Enquanto seguimos confiantes, decisões mais altas já foram tomadas, alianças seladas, traições formalizadas — e nós, os operários da ilusão, ficamos com a conta. No fim, os que nos usaram fingem não nos conhecer. A realidade bate à porta. E é cada um por si, tentando salvar a própria pele.