Ibaneis Rocha analisa mudanças na direita, critica gestão de Lula e revela planos para o Senado em 2026
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou neste domingo, 29, que o cenário político da direita está passando por transformações. Apesar da relevância de Jair Bolsonaro como cabo eleitoral, revelações recentes, como as do inquérito sobre o golpe, reduziram parte de sua influência. “A turma vai até a beira do abismo, mas ninguém vai pular, né?”, declarou ao jornal O Globo.
Crítico à gestão de Lula, Ibaneis classificou o terceiro mandato do petista como “preguiçoso” e destacou dificuldades de articulação política com o Congresso e os governadores. Para ele, Lula deveria abrir mão da reeleição para preservar sua biografia.
Plano para 2026 e postura no Senado

Ibaneis pretende disputar uma vaga no Senado em 2026, em parceria com o PL, mas garantiu que não será parte do pelotão bolsonarista. Ele rejeita pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e considera inconstitucional o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. “Talvez um projeto de redução de penas tivesse mais apoio, mas anistia nasce inconstitucional”, avaliou.
Relação com o governo federal

Segundo Ibaneis, a falta de diálogo de Lula com governadores e líderes do Congresso prejudica o andamento das pautas nacionais. “O governo federal está muito mal. Sem mudanças, 2025 será um ano muito ruim na economia”, afirmou. O governador também criticou declarações de ministros contra Brasília, como a fala de Rui Costa, que chamou a capital de “Ilha da Fantasia”.
Segurança e extremismo
Após os episódios de 8 de janeiro e a tentativa de atentado com explosivos na Esplanada, Ibaneis defendeu o fortalecimento da segurança no Distrito Federal. Ele destacou a criação de uma delegacia especializada em atos extremistas e cobrou maior atuação da Polícia Federal em casos de terrorismo.
Mudanças na direita e sucessão presidencial

Ibaneis acredita que a direita busca novas lideranças e citou nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ronaldo Caiado, de Goiás. Sobre a próxima eleição, avalia que Bolsonaro terá papel importante como articulador, mas que sua inelegibilidade pode abrir espaço para um candidato de centro-direita unificado.
Propostas para ex-governadores

O governador também defendeu sua proposta de disponibilizar servidores e um carro oficial para ex-governadores. “Não haverá acréscimo de recursos. É uma questão de segurança e inteligência para quem deixa o cargo”, justificou.
O chefe do Palácio do Buriti, com tom de cautela e foco no diálogo, Ibaneis Rocha sugere que o futuro político exige equilíbrio e renovação nas lideranças do país.