Ibaneis garante retorno às atividades econômicas com segurança e responsabilidade

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O governador do Distrito Federal,  Ibaneis Rocha, confirmou nesta quarta-feira (22) que o prazo da quarentena terminará mesmo no dia 3. Assim, no dia 4 alguns setores das atividades econômicas retornarão a funcionar. Ele garantiu que nada é feito sem estudo e avaliação para não cometer erros e com responsabilidade, em entrevista à CNN Brasil, nesta quarta-feira (22).

 

O chefe do Executivo lembrou que tomou medidas mais duras no início da pandemia. E em conjunto com técnicos e  a Secretaria de Saúde. Foi traçado um plano, considerando no mundo o que deu certo e o que deu errado. “Pegamos três exemplos do que deu mais errado na Itália, Estados Unidos e principalmente aquela região da Itália em Milão. E pegamos os três protocolos que deram mais certos, que foram Japão Hong Kong e Cingapura.”

De acordo com Ibaneis, o modelo de Cingapura era o que mais se adequava às características do Distrito Federal. Uma população próxima a cinco milhões de habitantes entre a capital e as cidades do entorno aqui do DF que são cidades de Goiás que vivem com interdependência de Brasília.

Vale lembrar que Ibaneis foi o primeiro a fechar, no início da crise do novo coronavírus, as escolas e depois o comércio, adotando esse protocolo, cruzando as linhas com a de Cingapura e produzindo os quadros para continuar o trabalho.

“Desde lá de trás já existia uma perspectiva de que, agora, na segunda quinzena de abril, com a testagem em massa da população, que começou a ser feita ontem, até o dia 3 de maio, nós temos condições de abrir o comércio, quase que integralmente no DF”, reforçou o chefe do Executivo.

Ibaneis revelou que desde a semana passada conversa com diversos setores. Também, antecipou que esses setores encaminharão os protocolos de segurança sugeridos. Em seguida, os protocolos serão validados. “Acrescentar ou retirar alguns deles que a gente verificar junto aos técnicos que não serão necessários”, ressaltou.

“Pretendemos abrir grande parte do comércio dia 4, dia 3 é o último dia (da quarentena). Isso já estava previsto lá atrás no decreto que foi editado no dia 1º de abril. Nada disso está sendo feito sem um estudo e avaliação. E agora confrontando com os dados da testagem em massa”, acentuou o governador.

Motivo da abertura

Ibaneis foi questionado, primeiramente, qual foi o motivo para abertura do comércio uma vez que o DF sempre esteve entre os primeiros no hanking de incidência da doença no país, conforme boletins apresentados pelo Ministério da Saúde. Também foi lembrado que hoje há 25 mortos no DF. E se não se trata de um risco muito grande.

O governador respondeu que a curva de incidência no DF é bastante estável. E o próprio Ministério da Saúde reconheceu isso essa semana. Segundo ele, Brasília saiu da zona de emergência. E ficou claro que isso decorreu do isolamento que foi feito de forma muito adequada pela população do DF.

“Conseguimos ampliar a quantidade de leitos de UTIs. Hoje, estamos ocupando só 5% dos leitos de UTIs. Zeramos a nossa fila de UTI e da regulação. Estamos com a rede hospitalar operando com 50% dos leitos vazios. Temos hospitais preparados só para o Covid-19, que é caso do Hospital de Base e o de referência do HRAN (Hospital de Regional da Asa Norte). Então, hoje, estamos preparados.”

No dia 5, segundo dia após a abertura será entregue o Hospital de Campanha. Ibaneis realçou que foi montado integralmente pelo DF, no Estádio Mané Garrincha. “Nossas condições de saúde permitem com que a gente faça a reabertura com segurança. Teremos uma retaguarda na saúde que vai garantir à população essa segurança”, pontuou.

Preparação, OK

Questionado se o DF conseguiu preparar o sistema de saúde com a compra de equipamentos para as UTIs, porque se houver abertura no dia 4 novos casos de infecção podem ocorrer. Se o sistema está apto e pronto para atender essas pessoas.

“Nosso sistema de saúde está plenamente apto. No último dia do decreto, que será dia 3, teremos 200 leitos de UTIs pronto para a população, principalmente de baixa renda. Brasília é uma cidade que tem população de alta renda também que tem plano de saúde”, disse.

De acordo com informações de órgãos e dos hospitais da rede privada, contou Ibaneis, eles tem trabalhado com menos de 50% da sua capacidade. “O que dá uma condição bastante tranquila para que a gente possa fazer a reabertura com segurança para a população.”

Desacelerar

Ibaneis disse ser preciso lembrar que a situação como sucedeu no caso do Influenza, H1N1, grande parte da população vai ter contato com o novo coronavírus.

“O que nós precisamos é desacelerar esse contato e isso está sendo feito. Essa reabertura do dia 3 está sendo feito de forma programada. Ninguém vai às ruas diretamente.

Ele destacou que quando foi concluído o primeiro decreto, havia em média circulando no DF, um milhão e duzentas e cinquenta mil pessoas. “Com a queda que nós fizemos com os decretos de fechamento conseguimos reduzir para uma média de 330 mil pessoas/dia nas ruas.”

Segundo o governador, no dia 4, conforme dados da Companhia de Planejamento serão 500 a 660 mil pessoas na rua. O que significa metade da população que antes trafegava. Isso tudo está sendo feito de forma controlada.

Uso obrigatório de máscaras

Pelo menos cinco dias antes da abertura para o comércio, será baixado outro decreto obrigando o uso de máscaras.  Ele disse que só não o fez antes porque não tinha as máscaras.

De acordo com o governador foi contratada a produção, junto à Federação das Indústrias do DF a confecção de um milhão de máscaras.

Serão distribuídas duas unidades para cada um da população. Ibaneis informou que desde esta terça-feira (22) nos locais onde são feitas as testagens já estão sendo distribuídas máscaras e álcool em gel para a população. “Estamos preparando toda a cidade de modo a fazer com a maior segurança possível”, garantiu o governador.

O governador informou ainda que cinco dias antes do término do decreto, que será no dia 3, ficarão definidas as áreas.

Por exemplo, o governador declarou que tem conversado com o setor de shopping centers. E que as regras que estarão em vigor trazem a utilização de câmaras nas entradas dos estabelecimentos para detectar a temperatura de todos os clientes que entrarem.

Além disso, estarão disponíveis testes rápidos para todos os colaboradores dentro do shopping. Distribuição de máscaras para todos, colaboradores e para os que ingressarem no shopping. O mesmo acontecerá no comércio de rua.

“Pretendemos que sejam feitas as testagem nos colaboradores, a utilização de máscaras, também pelos clientes. Estamos preparando por setores tudo aquilo que dará segurança à população e também aos trabalhadores”, salientou Ibaneis.

Influência zero do Palácio do Planalto

Ibaneis foi questionado até que ponto há alguma influência do Palácio do Planalto e um anseio do presidente Jair Bolsonaro de ter Brasília como modelo de abertura e flexibilização da quarentena para o país.

Ibaneis afirmou que já havia se encontrado com o general Ramos na semana passada.  O governador aproveitou a oportunidade de relatar tudo aquilo que foi feito no DF ao longo desses quase dois meses de pandemia.

“E esse relato, mostrando dados, inclusive algumas pessoas da Presidência da República e do Ministério da Saúde foram ao Palácio do Buriti conhecer o que foi apelidado aqui em Brasília de Data Arrocha, que é sistema de monitoramento. Isso tudo chamou a atenção do presidente da República, porque dentro do Ministério da Saúde não existia nenhum plano desse, nenhuma tomada de decisão baseada em dados efetivos.

Modelo

Na visão de Ibaneis, o fato de Bolsonaro olhar para Brasília como um possível modelo para outras cidades, “nos alegra, poque mostra que nós estamos no caminho correto”.

O chefe do Executivo entende que nas cidades onde a pandemia se espalhou como Manaus, Recife e Fortaleza, o estado de São Paulo e do Rio de Janeiro estão em situações completamente diferente do que em Brasília.

”Isso faz com que esse modelo não sirva mais como um modelo para ser aplicado nessas cidades. O Ministério da Saúde tem que pensar em um apoio integral. Até porque não teremos só cidades saindo, mas o Brasil como um todo saia dessa crise.”

Quanto à questão da influência, Ibaneis revelou, com tranquilidade que foi eleito num ambiente de extrema liberdade. E que não teve apoio de setores, do presidente da República,

“Eu não sofro nenhum tipo de pressão da Presidência da República, mas entendo que por abrigar a Presidência da República e todos os poderes eu tenho que trabalhar em harmonia com todos eles.”

Apreço ao presidente

O chefe do executivo disse ainda que tem dito em muitos momentos que gosta do presidente Bolsonaro.

“Ele tem nos dado uma atenção muito especial. Hoje mesmo eu tenho uma reunião com o ministro da Saúde. Eles nos ofertaram mais 40 mil testes rápidos para a testagem ser feita em massa, fazendo com mais segurança esses decretos de reabertura. Estou tranquilo em relação a isso e a cidade vai agradecer muito todo o trabalho que estamos fazendo em conjunto.”

Sem politização

O governador acrescentou que entende que o momento não é de politização. Ele reforçou que desde o início da crise tento politizar a crise o máximo possível. Entende que o momento é de serenidade entre todas as autoridades, desde Bolsonaro, passando por ministros, governadores.

“Quanto menos polêmicas tivermos no Congresso Nacional melhor. Esse momento é o mais importante para a população brasileira. Temos que sair da crise e não irá acabar por agora. Não é só a crise do Covid-19.”

Na visão de Ibaneis, a é da sáude, mas vai deixar o país como um todo, as cidades, os estados em uma situação muito difícil. Ele acrece que a recuperação será muito difícil, já era antes, desde o ano passado e ela vai ser bem pior para os próximos anos.

Ibaneis foi informado, baseado em relatos de pessoas, durante a entrevista, que há comerciantes com as portas abertas em Taguatinga. Ele foi questionado se com a alteração do ministro da Saúde e a posição de Ibaneis e do governador de São Paulo, João Doria, haverá alteração no isolamento social a partir de maio, com as pessoas já encorajadas a saírem às ruas em especial o comércio.

“Eu espero que não, porque já multamos e fechamos mais de dois mil estabelecimentos que tentaram abrir. Estamos com a fiscalização do DF Legal, Polícia Militar nas ruas.”

O governador está ciente de que para a saída ser segura, é preciso que as pessoas mantenham o isolamento social até a data estabelecida no decreto anterior. A fim de que de tempo de fazer todas as testagens necessárias. E, inclusive, outras medidas com segurança.

“Se tem comércio aberto eu peço que denuncie e vamos buscar fechar. Não está na hora ainda de fazer. Ainda precisamos de mais um prazo para organizar, fazer a testagem em massa e trazer segurança para a população na hora da abertura”, solicitou.

“Para abrir é preciso contar com a responsabilidade de toda a sociedade, segundo o governador. Com divisão entre governo empresariado e população, caso contrário poderá haver um retrocesso. A principal moeda de um governo é a confiança. “E essa confiança eu vou fazer manter aqui no Distrito Federal”, acentuou Ibaneis.

 

 

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