Decreto que começou a valer no domingo (28) prevê fechamento de estabelecimentos por duas semanas. Presidente da Fecomércio diz que há possibilidade de reabertura de escolas e academias em 8 de março.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, nesta segunda-feira (1º), que vai flexibilizar as restrições contra Covid-19 para alguns setores no Distrito Federal antes de 15 de março, prazo previsto em decreto que começou a valer no domingo (28). O chefe do Executivo local afirmou que quer abrir todos os setores em até 15 dias.
“Quero que todos os setores da economia voltem a funcionar no máximo em 15 dias. Alguns vão voltar antes. Mas antes precisamos aumentar o número de UTIs e reduzir a taxa de transmissão do vírus. E para isso precisamos da colaboração de todos.”
Após o encontro, o presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF), Edson de Castro, disse que foi informado pelo governador da possibilidade de reabertura de escolas e academias no dia 8 de março.
Reduzir circulação
“O que eu não quero que aconteça no DF é ver fila de ambulância na porta de hospitais sem que haja vagas para tratar os doentes. Isso eu vi em outros estados e outros países. É preciso cuidar da nossa economia, mas a saúde tem que vir na frente”, diz a postagem.
De acordo com o chefe do Executivo local, se houver diminuição da taxa de transmissão e aumento dos leitos de UTI, “vou reabrir todas as atividades, começando com as de menor impacto. O GDF depende da geração de empregos e dos impostos; é do meu maior interesse que o setor produtivo volte a funcionar”.
“No fim de semana abrimos 60 novos leitos de UTI para Covid-19 e imediatamente 54 deles foram ocupados. Isso mostra a gravidade da situação no DF. O decreto de lockdown não me traz nenhum tipo de satisfação, pelo contrário. Mas eu não posso fugir das minhas responsabilidades.”
Decretos com restrições no DF
Entre sexta-feira (26) e sábado (27), o governador publicou três decretos com diferentes medidas de restrição para frear o avanço da Covid-19 na capital. O primeiro previa fechamento de atividades não essenciais entre as 20h e as 5h, a partir desta segunda.
No entanto, a ocupação dos leitos de UTI se agravou na sexta e a rede pública chegou a ter apenas um leito disponível para adultos com o vírus. Ibaneis então decretou o fechamento de todas as atividades não essenciais, a partir da 0h01 de domingo. O texto previa a medida por tempo indeterminado.
Já no sábado, após uma reunião com empresários, veio uma nova ordem. O governador manteve o fechamento de atividades como bares, restaurantes, shoppings e escolas. No entanto, liberou outros setores como escritórios, construção civil, lojas de serviços automotivos, entre outros. O novo decreto também estipulou o prazo de validade das restrições até 15 de março.
Até domingo, o DF tinha registrado 296.694 infectados pelo novo coronavírus. O total de óbitos chegou a 4.838. Até a manhã desta segunda, 90% dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 estavam ocupados na capital.
O que abre e o que fecha
O que pode funcionar
- Supermercados;
- Hortifrutigranjeiros;
- Minimercados;
- Mercearias, padarias e lojas de panificados;
- Açougues e peixarias;
- Postos de combustíveis;
- Comércio de produtos farmacêuticos;
- Hospitais, clínicas e consultórios médicos, de fisioterapia e pilates, odontológicos,
- Laboratórios e farmacêuticas;
- Clínicas veterinárias;
- Comércio atacadista;
- Petshops, lojas de medicamentos veterinários ou produtos saneantes domissanitários;
- Funerárias e serviços relacionados;
- Lojas de conveniência e minimercados em postos de combustíveis exclusivamente
- para a venda de produtos;
- Serviços de fornecimento de energia, água, esgoto, telefonia e coleta de lixo;
- Toda a cadeia do segmento de construção civil;
- Cultos, missas e rituais de qualquer credo ou religião,
- Toda a cadeia do segmento de veículos automotores;
- Agências bancárias, lotéricas, correspondentes bancários, call centers bancários e
- postos de atendimentos de transportes públicos;
- Bancas de jornal e revistas;
- Centros de distribuição de alimentos e bebidas;
- Empresas de manutenção de equipamentos médicos e hospitalares;
- Escritórios e profissionais autônomos
- Lavanderias, exclusivamente no sistema de entrega em domicílio;
- Cartórios, serviços notariais e de registro;
- Hotéis, mantendo fechadas as áreas comuns;
- Óticas;
- Papelarias;
- Zoológico, parques ecológicos, recreativos, urbanos, vivenciais e afins;
- Órgãos Públicos do Distrito Federal que prestem atendimento à população;
- Atividades industriais, sendo vedado o atendimento ao público;
- Atividades administrativas do Sistema S;
- Cursos de Formação de policiais e bombeiros.
O que não pode funcionar
- Eventos, de qualquer natureza, que exijam licença do Poder Público;
- Atividades coletivas de cinema, teatro e museus;
- Atividades educacionais presenciais em todas as creches, escolas, universidades e faculdades, das redes de ensino pública e privada;
- Academias de esporte de todas as modalidades;
- Clubes recreativos, inclusive a área de marinas;
- Utilização de áreas comuns de condomínios residenciais;
- Boates e casas noturnas;
- Atendimento ao público em shoppings centers, feiras populares e clubes recreativos (nos shoppings centers ficam autorizados o funcionamento de laboratórios, clínicas de saúde e farmácias e o serviço de delivery. Nas feiras livres e permanentes fica autorizada a comercialização de gêneros alimentícios, vedado qualquer tipo de consumo no local);
- Estabelecimentos comerciais, de qualquer natureza, inclusive bares, restaurantes e afins;
- Salões de beleza, barbearias, esmalterias e centros estéticos;
- Quiosques, foodtrucks e trailers de venda de refeições;
- Comércio ambulante em geral.
Com informações do G1