Durante encontro com o setor da construção civil, governador confirma que GDF já estuda sistema próprio para substituir tabelas nacionais e garantir segurança jurídica
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, confirmou que o GDF trabalha na criação de uma tabela de custos regionalizada para obras, voltada à realidade do DF. O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (26), durante a Quinta do Presidente, evento promovido pela Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco) que reúne lideranças do setor produtivo para discutir estratégias e políticas de desenvolvimento.
A demanda por um sistema próprio foi apresentada como prioridade pelo setor, que atualmente utiliza as tabelas Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e Sicro (Sistema de Custos Referenciais de Obras), baseadas em parâmetros nacionais. Segundo os empresários, isso gera distorções de valores nas licitações, prejudicando a competitividade e o planejamento das obras locais.
“Estamos conversando sobre uma tabela de preço para que as empresas possam ter mais segurança jurídica”, afirmou o presidente da Asbraco, Afonso Assad.

Ibaneis destacou que a proposta já está em desenvolvimento pela Secretaria de Obras e Infraestrutura, sob comando de Valter Casimiro. Segundo o governador, o modelo adotado por outros estados pode ser replicado em Brasília com adaptações:
“É uma ideia maravilhosa. Incentivei o secretário a trabalhar com o setor produtivo. Queremos o crescimento da cidade.”
Ainda segundo Ibaneis, essa nova abordagem nas licitações será fundamental para corrigir distorções históricas:
“As licitações usavam preços de outros estados que não refletem nossa realidade. Precisamos de parâmetros nossos.”
O secretário Valter Casimiro explicou que a nova tabela seguirá a metodologia dos sistemas existentes, mas com pesquisas de preços locais:
“Estamos em diálogo com o DNIT e a FGV para aplicar essa experiência em Brasília. A ideia é manter a composição com produtividade de máquinas e equipes, mas com dados regionais.”
A implementação exigirá um projeto de lei, que será encaminhado à Câmara Legislativa do DF. A proposta inclui também a criação de um comitê técnico para atualizações periódicas da tabela.
Durante o encontro, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, também anunciou apoio institucional ao projeto:
“Queremos atuar como a Caixa Econômica nos sistemas nacionais. O BRB está à disposição para a manutenção da tabela.” Costa reforçou o papel estratégico do banco, destacando que o BRB é hoje o segundo maior banco público do país em financiamento imobiliário.
Além do tema técnico, Ibaneis reforçou a importância da parceria com o setor produtivo e fez um apelo à sociedade civil e ao empresariado:
“Não tenho medo do setor produtivo. São pessoas que investem e acreditam na cidade. Esses sete anos mostram que estamos no caminho do progresso. Agora, precisamos aprovar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) para evitar invasões e viabilizar a expansão urbana organizada.”
Quinta do Presidente
Criado em 2023, o projeto Quinta do Presidente busca fortalecer o diálogo entre empresários da construção civil e o poder público do DF. A iniciativa já se consolidou como espaço estratégico para articulações voltadas ao desenvolvimento urbano e econômico da capital.
Fundada em 1982, a Asbraco é uma entidade civil sem fins lucrativos que representa empresas da construção civil e atua pela valorização e modernização do setor.
Com informações Agência Brasília