“Greve é para tumultuar e é palhaçada”, diz professora

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A categoria dos professores da rede de ensino público, representada pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) decidiu em assembleia na sexta (30) indicativo de greve. Mas o que está por trás dessa mobilização do sindicato em cima do retorno das aulas? O Tudo Ok Notícias apurou que o objetivo da ameaça de greve é tumultuar. Trata-se de um movimento político, sem, na realidade, visar o bem-estar tanto de professores quanto de alunos.

 

Segundo o Sinpro-DF, como motivo para puxar uma possível greve foram citados os protocolos a serem aplicados em cada unidade de ensino para combater o Covid-19 nos estabelecimentos.

Ficou definido que se durante fiscalização, que promete ser “rigorosa em todas as unidades escolares”, não houver atendimento de protocolos ou que seja indício de problemas no retorno presencial às aulas “chamaremos a categoria para suspender imediatamente as atividades”, declarou a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.

No entanto, a professora Simone Martins de Oliveira, de contrato temporário, na disciplina Matemática, ouvida pelo Tudo Ok Notícias tem sérias reservas contra o Sinpro-DF. Segundo ela, o sindicato ficou mudo o tempo todo. Agora que tem indicativo de greve?”.

“Se esse sindicato prestasse, se, realmente, estivesse se importando porque não visitaram todas as escolas do DF – todas das cidades satélites para saber se tem condições de voltar alunos”, declarou Simone.

 

Por trás do movimento

 

Segundo a professora, o que está por trás do movimento gresvita é outra coisa. “Eles vêm para tumultuar.” De acordo com ela, o Sinpro-DF era a favor da volta às aulas. ”Alguns professores não querem voltar ao trabalho. Pressionaram e está essa confusão toda.”

“Esse indicativo de greve é para tumultuar é palhaçada. São professores efetivos que pressionaram o Sinpro-DF. O Sinpro-DF estava a favor da volta às aulas. O Sindicato ficou omisso o tempo todo. Pressão, sabe o que é isso?”, pontuou a fonte.

O Sinpro-DF alega que consultou professores e embasou a proposta de garantir o retorno às aulas dos docentes. Entre as deliberações na assembleia da última sexta está a de que os profissionais de ensino não retornem às aulas caso não tenham sido vacinados com a segunda dose das vacinas a partir de 5 de agosto. A data foi divulgada pelo Governo do Distrito Federal (GDF).

Diálogos com a categoria

Segundo o sindicato, a proposta tirada em assembleia foi “construída a partir de jornada de diálogos realizados com a categoria e é flexível, com possibilidade de alterações ao surgirem novas demandas durante o processo de retorno presencial às aulas”, destacou.

O sindicato afirmou que um dos principais pontos para a tomada de decisão é que professores que não completaram o esquema vacinal não retornem às salas de aula, a partir do dia 5 de agosto, conforme previsto pelo Governo do Distrito Federal (GDF).

Ações a serem tomadas

Entre outras proposições aprovadas estão: avaliações periódicas junto aos trabalhadores da educação e à comunidade escolar; criação de mecanismos de fiscalização das escolas; e testagem e suspensão imediata das aulas da turma em que for detectado caso de infecção pela Covid-19. Também foi ressaltada a necessidade de realização de assembleias com as comunidades escolares para avaliar as condições do retorno presencial às aulas.

Outro ponto destacado pela professora Simone é que os professores com comorbidade não poderão trabalhar e até têm laudo médico. “Se não fossem os professores de trabalho temporário não sei o que seria da Educação, não. Vai ter um festival de atestados médicos. As aulas vão voltar, mas não vai ter professor”, projetou

“Eu toda feliz que ia voltar nesta segunda (2) e não posso porque a Circular da Secretaria de Educação para preservar os professores e alunos, eu não posso voltar porque não tomei a Janssen. Eu tomei a Pfizer. Então a minha segunda dose é 23 de Setembro. Aí, depois de 15 de 23 de setembro voltarei para a escola. Estou arrasada. Eu não aguento ficar dentro de casa dando aula online”, reclamou a professora.

A próxima assembleia agendada pelo Sinpro-DF será dia 11 de agosto com indicativo de greve, se não houver o cumprimento de todos os protocolos sanitários para o combate do Covid-19.

Simone lembrou que os professores chegaram a afirmar que só voltariam às aulas depois das vacinas tomadas. Segundo a professora todos tomaram a vacina da Janssen, de dose única, “a maioria”.

“Eu não tomei porque eu fui por idade, Aí, estava demorando para chegar no Aeroporto a dose. Não vacinei, não. Fui e tomei da Pfizer. Na outra semana, chegou a dos professores. Não são muitos professores que estão na minha situação, não.”

A professora reconhece que em outras épocas o Sinpro-DF era mais eficaz. Segundo ela, “parece que a diretoria está com medo de perder cargos, não sei quando será a eleição. E estão resolvendo. E outra, disseram que os professores aprovaram. Eu não fui consultada. Um monte de amigos meus, dos professores de contrato temporário, ninguém foi consultado para esse indicativo de greve, não.”

Tática sem vergonha

“Olha a tática. Nos dias 2, 3, 4, os professores têm que estar na escola, tem escola que vai optar pela reunião online. Na escola que eu estou, cheguei às 8h00. Aí, na quinta tem indicativo de greve, justamente quando começam as aulas das crianças. Uma sem vergonhice. Eu fiquei revoltada, porque falei para o professor ‘deixe eu participar da reunião’. ‘Simone, eu não posso. Circular é melhor para preservar todo mundo’, disse o diretor.”

Ela ainda questionou o Sinpro-DF, “Por que não fizeram o indicativo de greve na semana passada? No dia 5 inicia a educação infantil”, reforçou ela.

“Isso é pura maldade. São só os professores efetivos que pagam as mensalidades do Sinpro-DF? Tem algum candidato a governo?

“Aliás, nesse comando do Sinpro-DF eu estou achando uma porcaria”, pontuou a professora Simone.

Como será o retorno às aulas presenciais

O Sinpro-DF confirmou a informação de que apesar de as aulas recomeçarem no dia 5 de agosto, do dia 2 ao dia 4 do mesmo mês, o corpo docente da rede pública, realizará a programação e encontros pedagógicos, bem como a preparação das aulas.

Além disso, o retorno será escalonado. A educação infantil retorna em 5 de agosto. Os alunos do ensino fundamental (anos iniciais, além da educação de jovens e adultos) terão início das atividades dia 9. Para o ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, o retorno está previsto para 16 de agosto. Enquanto os alunos do ensino médio e educação profissional retomam as aulas presenciais em 23 de agosto.

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