Greve do Metrô-DF chega a 90 dias

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

 

A greve dos servidores da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) completou três meses nesta segunda (19) e segue sem previsão para acabar

A última audiência de conciliação entre a empresa e o sindicato dos metroviários ocorreu no dia 17 de maio.

Entre as pautas da categoria estão a retomada do auxílio-alimentação, de R$ 1,2 mil, do plano de saúde do servidores e “o cumprimento da decisão judicial de 2019”. Em nota, a companhia disse que “permanece aberta ao diálogo” (veja detalhes mais abaixo).

Na última sessão mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, o Sindicato dos Metroviários (SindMetrô) recusou a proposta da empresa e, portanto, deu continuidade à paralisação, que começou no dia 19 de abril.

Aglomeração na estação Arniqueiras, em Águas Claras; foto do dia 22 de abril de 2021 — Foto: Kelly Calazans / arquivo pessoal

Aglomeração na estação Arniqueiras, em Águas Claras; foto do dia 22 de abril de 2021 — Foto: Kelly Calazans / arquivo pessoa

Frota reduzida

Desde abril, portanto, o metrô circula com a frota reduzida. Em dias úteis, 80% dos trens atendem passageiros em horários de pico, e 60% em horários de menor movimento, além de domingos e feriados, por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Dias úteis

  • Das 6h às 8h45 e das 16h45 às 19h30: 19 trens
  • Das 8h45 às 16h45: nove trens
  • Das 19h15 às 23h30: cinco trens

Sábados

  • Das 6h às 9h45 e das 17h às 19h15: 12 trens
  • Das 9h45 às 17h: sete trens
  • Das 19h15 às 23h30: cinco trens

Domingos e feriados

  • Das 7h às 19h: cinco trens

O que dizem as partes

Em nota, o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-DF) afirma que a empresa “se recusa a garantir aos seus colaboradores, determinações judiciais relacionadas a salários e direitos trabalhistas conquistados“.

“Frente a tantas injustiças, seus empregados não tiveram outra saída que não a greve”, disse o sindicato.

Já a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) diz que a empresa “permanece aberta ao diálogo com a categoria e continuará tomando todas as medidas administrativas, operacionais e judiciais cabíveis para atenuar os transtornos da greve à população do Distrito Federal”.

O comunicado diz ainda que, em maio, o Metrô apresentou ao sindicato a proposta de assinar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2021-2023 “com as cláusulas consensuais e continuar discutindo as demais (13ª parcela do Auxílio- Alimentação e Quebra de Caixa)“, que são objeto de impasse, no âmbito do TRT.

“Na ocasião, o Sindmetrô recusou proposta apresentada pela Companhia”, afirmou o Metrô-DF.

 

Em relação aos salários do servidores, a empresa afirma que “estão sendo pagos normalmente”, mas, “há corte no ponto dos empregados no dia em que eles não comparecem em função da greve“.

Segundo os metroviários, o prazo está aberto no Judiciário para que o Metrô-DF apresente a defesa. Em seguida, o relator do TRT deve enviar o processo ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que dará o parecer, e, depois, o processo retorna para ser colocado em pauta no tribunal.

Trens cheios e pandemia

Desde o início da greve, passageiros registram vagões cheios no metrô. Em meio à pandemia de Covid-19, a situação coloca em risco as pessoas que precisam usar o transporte público.

Em relação à higienização dos trens e estações, a assessoria do Metrô diz que os vagões “passam por limpeza profunda a cada madrugada e também são limpos a cada chegada nos terminais (ou seja, em média, a cada viagem completa, que dura em torno de 45 minutos) com produtos sanitizantes”. Ainda conforme a companhia, a limpeza é feita com os trens vazios, e em local onde não há acesso do usuário – por isso os passageiros não enxergam.

Greve mais longa

Até então, a greve mais longa dos metroviários tinha durado 77 dias, com fim em julho de 2019, por determinação do TRT-10. À época, o Metrô calculou prejuízo de R$ 8,8 milhões por conta da suspensão do serviço.

Para os desembargadores que julgaram o processo, parte das reivindicações da categoria já estava sendo atendida naquele período, como o pedido para oficializar a jornada de trabalho dos pilotos em 30 horas semanais.

 

Mais lidas

Adasa suspende tarifas para produtores do ...
Goiás inaugura delegacia modelo para crime...
Trump critica criação de partido por Elon ...
...