O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto, disse nesta terça-feira (29) que o órgão emitiu, desde a última sexta-feira, 14 notificações para pessoas jurídicas e uma dezena para pessoas físicas, no processo para investigar se houve conduta combinada por parte das empresas na crise provocada pela greve dos caminhoneiros. Sem citar a expressão locaute, Barreto esquivou-se de dizer quanto à conclusão das investigações, mas disse que elas andarão o mais rápido possível.Barreto explicou que as nove medidas apresentadas pelo Cade mais cedo, na Comissão Geral da Câmara que discute o preço dos combustíveis terão impacto no médio prazo. Ele informou, ainda, que nesta terça será criado um grupo de trabalho do Cade com a ANP para discutir questões regulatórias dos combustíveis.
Preço mínimo
O presidente do Cade deixou claro que o órgão tem sérias ressalvas à Medida Provisória editada pelo governo para estabelecer um preço mínimo para o frete. A MP fez parte do pacote anunciado para conter a greve dos caminhoneiros. “Todo tabelamento de preços é visto com extrema reserva pelo Cade”, afirmou, ao deixar a reunião de Comissão Geral da Câmara que discute o assunto. “Ele pode gerar efeitos nocivos sobre a concorrência.”
Barreto disse que o Cade vai analisar a MP e apresentar subsídios para os deputados e senadores que analisarão a MP. “Ela pode trazer problemas de ordem concorrencial”, afirmou. O preço mínimo para o frete é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros autônomos, que convivem com queda de rendimento. Com informações do Estadão online.