Governo não segue orientação da Anvisa sobre restrições a voos oriundos da Índia

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O governo federal ignora há dez dias a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir voos e viajantes procedentes da Índia na lista de restrição de países, em função na nova variante identificada naquele país.

Na nota técnica obtida pelo blog, a Anvisa também recomenda a implementação de uma quarentena obrigatória para todos os “viajantes estrangeiros e brasileiros que ingressam no Brasil, independente do país de procedência” diante da gravidade da pandemia neste momento. A informação foi divulgada pelo colunista Gerson Camarotti do G1.

Nota técnica encaminhada ao Comitê de Crise para a Supervisão e Monitoramento dos Impactos da COVID-19. — Foto: Reprodução

Nota técnica encaminhada ao Comitê de Crise para a Supervisão e Monitoramento dos Impactos da COVID-19. — Foto: Reprodução

A nota foi encaminhada no dia 04 de maio ao Comitê de Crise para a Supervisão e Monitoramento dos Impactos da COVID-19, coordenado pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

A demora na análise dessas orientações tem preocupado a área técnica da Anvisa. Isso porque chegou a informação do Ministério da Saúde da Argentina que a variante indiana foi detectada em dois viajantes que chegaram à Buenos Aires.

O texto da Anvisa faz uma análise detalhada da situação da pandemia no mundo para subsidiar o governo brasileiro para implementação de restrições sanitárias que possam reduzir a propagação no país do Covid-19.

Variantes “indianas”

A variante do coronavírus detectada em outubro na Índia, a B.1.617, já foi confirmada em 44 países – 27 novos desde 28 de abril -, de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta terça-feira (11).

O documento também apontou que “as sub-linhagens da B.1.617, como a B.1.617.1 e B.1.617.2, “parecem ter taxas maiores de transmissão”, com aumento rápido da prevalência já observado em vários países. As evidências científicas são classificadas como “moderadas” e precisam de mais estudos para confirmação definitiva.

Além da Índia, o Reino Unido foi o país que mais relatou casos sequenciados geneticamente da B.1.617 e, recentemente, informou que a B.1.617.2 é uma sub-linhagem preocupante nacionalmente. Nesta segunda-feira (10), o órgão de saúde internacional já havia classificado a versão do vírus como “preocupante em nível global“:

“Há informações de que a B.1.617 é mais contagiosa”, mas também existem elementos que permitem pensar que ela atenuaria as respostas dos anticorpos que combatem o vírus e, “portanto, nós a classificamos como uma variante preocupante em nível global“, afirmou a doutora Maria Van Kerkhove, responsável técnica do combate contra a Covid-19 na OMS.

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