A inabilidade do governo federal para lidar com a o movimento grevista dos caminhoneiros se escancara em meio às consequências caóticas, como a possível falta de abastecimento generalizada de produtos à população. A impressão é que o governo de Michel Temer falhou ao avaliar incorretamente as consequências da greve.“O governo veio mais justificar a impossibilidade de atender às reivindicações da categoria”, informou o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, após reunião com representantes do Governo Temer, para chegar a bom termo o impasse provocado com a falta de negociação para colocar fim à greve dos caminhoneiros.
Diumar Bueno disse que o governo federal “sentiu o peso do movimento, que está tomando conta do País e jogamos a responsabilidade para eles, porque eles foram avisados há mais ou menos um mês”. O governo não atendeu às reivindicações da categoria e ainda pediu 24 horas para apresentar alguma proposta na reunião desta tarde. Ainda foi criada uma comissão de representantes dos caminhoneiros e do governo, que se reunirá nesta quinta-feira (24), às 14 horas, segundo o representante dos caminhoneiros.
O presidente da CNTA ouviu do governo que a Cide do diesel será zerada e não haverá reoneração no setor de transporte. Com relação ao pedido de escalonamento em três meses dos reajustes do diesel, o governo disse não estar apto a responder e ficou de dar uma resposta na reunião desta quinta-feira, segundo ele.
Quando questionado pelo representante dos grevistas sobre a política de preços da Petrobras, o governo respondeu que “tem um gestor lá, a Petrobras parece que não é do Brasil”. Um representante da petrolífera participará da próxima rodada de negociações.
A greve continuará, de acordo com o presidente da CNTA. Na visão de Bueno, a categoria não se desmobiliza por causa dessa reunião desta quinta-feira. “A categoria não está disponível para promessas em vão, abertas”, complementou. “O governo deixou a situação chegar nesse ponto crítico, agora precisa dar solução”, afirmou Bueno, acrescentando que, referente aos prejuízos causados pela greve causa à sociedade, os ministros é quem devem responder a questão.