Secretaria de Educação afirma que paralisação é ilegal, tem viés político-eleitoral e compromete o calendário escolar
A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) anunciou, nesta segunda-feira (27), que ingressará com medidas judiciais contra a greve deflagrada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). Segundo a Pasta, o movimento é considerado abusivo, ilegal e desproporcional, com impactos diretos no funcionamento da rede pública de ensino e prejuízos irreparáveis aos estudantes e suas famílias.
A paralisação foi convocada exclusivamente pelo sindicato em um momento que, de acordo com o governo, marca avanços concretos na valorização da carreira do magistério. Entre as medidas citadas, está o pagamento da última parcela do reajuste linear de 18% e da penúltima etapa da incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped), beneficiando profissionais da ativa, aposentados e pensionistas.
Desde 2023, o GDF já implementou 12% de reajuste salarial, sendo a última parcela de 6% prevista para julho de 2025. A incorporação da Gaped, por sua vez, será concluída em janeiro de 2026. Juntas, essas ações representam um ganho estrutural de 30% sobre a base salarial de 2023.
A SEEDF também destacou o aumento de R$ 2,08 bilhões na folha de pagamento da Carreira do Magistério entre junho de 2023 e maio de 2025 — número que ainda não inclui a última etapa do reajuste nem as parcelas finais da Gaped. “Isso demonstra o compromisso permanente com a valorização dos profissionais da educação pública”, informou a Pasta em nota.
Para o governo, a greve prejudica o calendário letivo, provoca desperdício de recursos públicos e gera custos adicionais com a reposição de aulas. A Secretaria ainda ressaltou que mantém mesa permanente de negociação com o sindicato, o que, segundo a avaliação oficial, torna a greve um movimento descompassado com o princípio da boa-fé nos processos de diálogo institucional.
Outro ponto levantado pela SEEDF é a proximidade da paralisação com as eleições internas do Sinpro-DF, previstas para esta quarta-feira (28). Para a Pasta, esse fato reforça o caráter político-eleitoral da greve, “sem compromisso real com a melhoria das condições da educação pública”.
Ao afirmar que respeita o direito à livre manifestação, a Secretaria também pontuou que não aceitará que esse direito seja utilizado para prejudicar o calendário escolar e aumentar a instabilidade na rede pública. Por isso, garantiu que acionará o Poder Judiciário para garantir o funcionamento pleno das escolas e responsabilizar o sindicato por eventuais prejuízos financeiros ao erário.