Ministro destaca papel do Supremo no cenário político brasileiro e elogia ação da Justiça Eleitoral, contrastando com situação nos Estados Unidos
No evento Esfera Internacional Paris, realizado em 14 de outubro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu o papel preponderante do Judiciário brasileiro e respondeu a críticas de interferência política. Ele reconheceu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estaria no Palácio do Planalto se o STF não tivesse atuado contra a Operação Lava Jato, que levou à prisão do líder petista em 2018, uma condenação posteriormente anulada pelo STF.
Gilmar Mendes afirmou que diversos políticos, incluindo Lula, estão onde estão devido à postura do Supremo em relação à Lava Jato. Ele enfatizou que o Tribunal, no balanço geral, agiu acertadamente e que o Brasil deve muito ao seu papel.
Além disso, o ministro elogiou a decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, contrapondo uma crítica do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy à abordagem política de Luís Roberto Barroso, presidente do STF e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mendes destacou o papel crucial da Justiça Eleitoral como instrumento singular brasileiro para a defesa da democracia, mencionando a diferença entre o sistema eleitoral brasileiro e o dos Estados Unidos, citando o caso de Donald Trump.
Ele ressaltou que no Brasil, a Justiça Eleitoral tem um controle centralizado, o que torna difícil para os políticos manipularem os resultados eleitorais, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, referindo-se aos incidentes pós-eleitorais de 2020. O ministro concluiu enfatizando a resposta brasileira à desobediência à legislação eleitoral, exemplificada pela inelegibilidade de Bolsonaro.